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É sempre por amor. Corinthians 3 x 2 Palmeiras.

Mauro Beting

05/11/2017 19h53

É por amor. Sempre por amor.

Depois de mais uma partida ruim no returno em Campinas no último domingo de outubro, mais uma derrota preocupante justamente pela ascensão do adversário direto Palmeiras no BR-17, teve imbecil que escreveu no muro do Parque São Jorge que não seria por amor. Seria por "terror". Pressão absurda. Exacerbada. Nunca leva a lugar algum.

O que move, mexe e muda muito o ânimo é o amor. Não é berrar que vai perder pro Palmeiras, não é ameaçar jogador, não é tocar terror em diretor, não é deixar de pagar fiel torcedor. E ser torcedor. Fiel. Corintiano. Mais que lotar a Arena com mais de 46 mil alvinegros no domingo foi botar 32 mil corintianos corinthianando no treino. Recolocando o astral na ponta do coração como na tabela. Tomando no colo um time que estava perdendo e se perdendo e pedindo para ser superado.

O carinho do corintiano com a camisa no sábado mais do que com o elenco limitado que se superara no turno foi a base da grande e provavelmente determinante vitória do líder. O que não havia de futebol foi recuperado. O Palmeiras até começou melhor nos primeiros 5 minutos. Linha de zaga alta (um risco quando não treinada e com gente mais rodada), Keno aceso. Mas de tanto querer botar a bola no chão, uma saída errada do Verdão obrigou Prass a salvar o Palmeiras aos 6, na primeira das 14 chances alvinegras.

O Corinthians seguiu em cima como se ele precisasse da vitória que só o Palmeiras era obrigado. Confundia tranquilidade com lentidão. Perdia a primeira, a segunda e todas as bolas. Até bobear de novo pelas laterais e assistir ao impedido Romero reencontrar o gol, aos 27. Lance que da cabine na Arena Corinthians achei normal. Mas estava impedido.

Anormal foi na sequência o Palmeiras desmanchar e Balbuena, dos melhores zagueiros do BR-17, fazer 2 a 0, dois minutos depois. Normal foi Mina voltar ao time e diminuir de cabeça, aos 34. Mais anormal ainda foi a zaga verde bobear de novo e Edu Dracena derrubar Jô em lance discutível, mas, por tabela, marcável. 3 a 1 Corinthians, aos 38.

E foi pouco para o Corinthians que criou 11 chances no primeiro tempo. Mais do que em muitos jogos seguidos. Valentim mexeu. Mas não foi feliz ao sacar Keno e apostar em Róger Guedes. O Palmeiras mais levou amarelos que jogou nos primeiros 15 minutos. Dudu perdeu quase todas. Borja lutava e acertava mais do que vinha fazendo. Mas o Corinthians voltava a marcar muito bem. Só abdicou demais do contragolpe. Não soube explorar as partidas ruins de Mayke e Egídio. Todos os poucos rebotes que ficaram nos pés palmeirenses caíram com Egídio…

Mais não é preciso dizer no lance. Um dos rebotes ainda caiu para Moisés marcar um golaço, aos 22. Mas pouco mais fez o Palmeiras. Mesmo com a formação mais ofensiva, e sentindo a ausência do artilheiro Willian, só chegou em bolas cruzadas e com gente chegando atrasado. O Corinthians recuou demais. Mas ainda assim não deu mole. Até com vontade exagerada. Como Gabriel que voltou a campo, até prova em contrário, antes de ser autorizado, e poderia ter sido expulso por infantilidade.

Romero marcou mais que os laterais palmeirenses. Jô de novo foi a referência na frente. Clayson entrou muito bem mais uma vez. Balbuena liderou uma zaga eficiente.

Não foi brilhante. Ninguém é no BR-17. Mas quem mais buscou, melhor evitou os rivais, foi o time que foi abraçado pelo torcedor. Colocou algodão no ouvido, respirou fundo, e contou até sete.

E pode dormir sabendo que sempre será melhor por amor. Sempre.

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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