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Solução nunca é se fechar. É preciso abrir o jogo, a mente e as fronteiras.

Mauro Beting

15/11/2017 11h30

Quando a Itália foi eliminada pela Coreia do Norte em Middeslbrough, no Mundial de 1966, além de ser recebida aos tomates pela torcida no aeroporto, a federação nacional resolveu fechar os portos aos estrangeiros nas equipes. De 1966 até 1980, só italianos (ou já naturalizados) jogavam no Calcio.

 

Em 1968, a Itália já foi campeã da Eurocopa. Em 1970, vice mundial. Um time envelhecido não fez boa Copa em 1974, em um grupo complicado. Em 1978, jogou o melhor futebol do torneio, venceu a campeã Argentina em Buenos Aires, mas acabou na quarta posição. Dois anos depois os estrangeiros voltaram. Mais dois anos, a Itália foi tricampeã mundial.

 

 

Só pra dizer que não é necessariamente a presença de estrangeiros em um país que determina a qualidade de seu futebol e as chances de sua seleção. É o aproveitamento deles, e o que se faz com eles e com a troca de experiências, que monta ou remonta um campeonato e uma seleção nacional.

 

França, Espanha e agora a Inglaterra (esta tanto na base como na Premier League) estão aprendendo a mudar e virar o jogo com os estrangeiros que não podem jogar e com os filhos de imigrantes que podem atuar pelas suas seleções. A Alemanha também, mas os alemães são sempre outra história.

 

A Itália que arrume sua casa e redescubra seus talentos. Explore melhor sua base. Abra as portas, e não as feche. Abra seus times, e não se feche tanto atrás. Para não ficar tão atrás.

 

 

A Itália, de tanto querer não jogar e não deixar jogar, agora não vai mesmo jogar. A culpa não é do excesso de estrangeiros que também excedem em outros campos. É da falta de italianos de talento em campo. E não no banco como Insigne. Ainda insignificante perto de outros tantos no país dos dois Mazzola e Maldini, do único Rivera, de Riva, Rossi, Conti, Antognoni, Baggio, Del Piero, Totti, tantos. Da Itália que não precisa fechar os portos. Precisa abrir as mentes e os times.

 

A melhor e mais profunda análise está aqui, do companheiro de Jovem Pan Cassiano Gobet. Leia abaixo:

 

 

Leia aqui o que a Itália não fez e o que não deveria ter feito

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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