Ele é um dos mais competentes, preparados e sérios treinadores do Brasil. Mas não é milagreiro. Não foi no pior Palmeiras que eu vi e ele herdou de Gareca no segundo semestre de 2014. Não foi no São Paulo que pegou mal e depauperado no final do turno do BR-17, ganhou Hernanes e reforços, e fez mais do que aceitável returno, terminando na quinta posição, salvando o São Paulo em seus piores anos.

Para 2018, viu a diretoria perder Hernanes e Pratto – e não havia como segurar desta vez. Como também não havia como o segurar agora. Também porque deram a ele jogadores que ele não queria. E que outros treinadores hoje não iriam gostar. Diego Souza e Nenê são ótimos. Mas juntos deixam o time pesado demais. Mais uma vez o São Paulo se perdeu por não saber o que quer. Se é que alguém no Morumbi parece querer algo além de destronar ídolos. Rogério Ceni já falava em 2013, quando Paulo Autuori saiu muito mal do Morumbi – como antes Juvenal parecia fazer questão de fritar Leão até sua saída:

– Estão acabando com nossos ídolos. Vamos torcer para que não façam o mesmo com Muricy.

Ali foi trabalho e ele conseguiu até o vice brasileiro de 2014. Teve de sair por motivos de saúde em 2015. Sorte dele. Os elencos foram ficando piores, as escolhas também. Um técnico que entrava não tinha a ver com o que saía. Pra piorar, Carlos Miguel Aidar fez o que desfez. Dois treinadores foram dirigir seleções. E ídolos como o próprio Ceni, Lugano, e agora Raí e Ricardo Rocha são anteparos para um clube que parou e só vê os antis pirando e pilhando com boas campanhas e ideias e investimentos. E tudo aquilo que aprenderam com o São Paulo soberano agora praticam, enquanto o São Paulo só beira a soberba a cada ano.

Dorival Júnior não vinha sendo a solução. Mas estava longe de ser o problema no Morumbi.