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Mando de campo. Bragantino 3 x 2 Corinthians

Mauro Beting

18/03/2018 17h24

O Bragantino no BR-91 preferiu ganhar um lugar na história a faturar mais dinheiro. O time de Parreira mandou o jogo decisivo do Brasileiro contra o São Paulo de Telê em Bragança. Deu São Paulo. E também deu prejuízo financeiro ao clube de Nabi Abi Chedid em vez de duas partidas no Morumbi cheio.

O Bragantino do filho Marquinho Chedid no SP-18 preferiu pagar as contas que não fecham para quase ninguém. O clube tem excelente relação com o rival e fez o que o Linense fez com o São Paulo em 2017, o que o São Caetano fez no início deste ano com o Corinthians, e o Audax fizera na primeira rodada do SP-15, com o Palmeirãs, no Allianz Parque. Jogou pra torcida rival pagar as contas. Como o regulamento permite, e a FPF lava as mãos e não consegue, segue o jogo.

Porém, para times de Marcelo Veiga, bem montados, reativos, por vezes duros demais, e que cada vez melhor trabalham a bola, melhor mesmo dar o campo, o mando e a bola para o rival. Ainda mais esse Corinthians de Carille que tem dificuldade para propor. Sem Jadson. Com Sheik e seus lampejos. Romero e sua luta por vezes inglória. E por Clayson só visto pelo bandeirinha ao dar condição de jogo para o gol de Matheus Peixoto, aos 42 iniciais. Foi tão pálida a atuação do bom ponta-esquerda de Carille que ele só foi decisivo fora de campo. E ainda assim dando condição de jogo ao atacante bragantino.

Na segunda etapa, Pedrinho deu mais vida ao time no lugar do ausente-presente e ao Corinthians que foi acordado pela torcida na "casa" do rival. Mas ao mesmo tempo foi dando ainda mais espaço ao contragolpe do Bragantino. Sidcley teve problemas para marcar o lado direito que não teve a ajuda sempre valiosa e valorosa de Romero. O Bragantino criou mais. Estava mais perigoso quando tomou um gol lotérico. Um escanteio batido, bola carambolada que subiu muito, Romero obstruiu o goleiro Alex Alves, o árbitro não viu, Balbuena cabeceou de cocoruto e empatou, aos 20.

Mais cinco minutos, mais um contragolpe bem armado. Desta vez de Ítalo para cima de Mantuan que substituíra Fagner. Cássio deu rebote, e Vitinho desempatou. Mais cinco e Ítalo ganhou de Balbuena pelo alto, e aproveitou o rebote de Cássio para ampliar o placar com o jogador que só entrou por lesão de Leo Jaime. E jogou como se tivesse nascido no Bragantino. Como Marcelo Veiga. Outro que mostra que a continuidade de trabalho de um técnico só ajuda. Como Carille em Itaquera.

O confronto está aberto. Muito aberto. E ficou ainda mais depois de belo gol de Pedrinho, aos 42, em tiro de fora da área. Incediou o Pacaembu que quase empatou numa bela cabeçada de Maycon, aos 46.

Desta vez, mais não merecia o Corinthians. Muita atenção merece o Bragantino.

PS: O texto da regra 12 aplicável ao gol de empate do Corinthians. O terceiro item:

"Também será concedido um tiro livre direto se um jogador cometer uma das seguintes infrações:

• tocar deliberadamente a bola com as mãos (exceto o goleiro dentro da sua própria área penal);

• segurar (agarrar) um adversário;

impedir o movimento de um adversário com contato;

• cuspir em um adversário."

PS2: É um lance parecido com o de São Paulo 1 x 1 Corinthians, returno do BR-17. O árbitro Vágner Nascimento anulou o que seria gol de Éder Militão por falta de Pratto em Cássio. Naquele jogo, interpretei diferente. Para mim foi mais o goleiro corintiano se atirando e trombando com Pratto que o lance do SP-18. Lance então mais polêmico que este. Aquele cabe mais discussões. Teria como marcar a falta. Este, muito menos.

https://youtu.be/oczI15UVpD8

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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