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As cruzes de Cerezo e de Kroos

Mauro Beting

23/06/2018 18h03

Quando eu vejo Kroos que fica meses sem errar um passe errar um passe e esse lance virar o gol que estava eliminando a campeã do mundo em sua segunda partida na Copa que defendia, lembro Toninho Cerezo nessa tarde da foto em Barcelona, em 5 de julho de 1982. Quando ele errou um passe raro que virou o segundo gol do Rossi que por quatro jogos antes nada fazia pela Itália. E nesse calor catalão ele fez 3 no Brasil, faria dois na Polônia, mais o primeiro na Alemanha na final em Madri, e acabaria tri mundial, craque e artilheiro de uma Copa que ele só jogou bem os três últimos jogos. Eu ainda não esqueço o Cerezo cometendo um só erro que o Falcão empataria no segundo tempo. Quando de novo Cerezo chamou a atenção de italianos só por correr pela direita e abrir espaço pro golaço canarinho de Falcão. O Brasil empatou. Para a Itália desempatar em um escanteio tolo cuja bola nem saiu em um recuo desnecessário de Cerezo para Valdir Peres. Ainda bem que poucos lembram esse lance que daria no terceiro gol italiano. O da eliminação de uma das melhores seleções vistas. A que perdeu a Copa em 1982 mas conquistou o mundo desde então. Cerezo não teve como corrigir o erro. Os diabos da bola não deram a colher de chá que Kroos teve ao marcar de falta, faltando 17 segundos, o gol que ainda deixa a Alemanha viva em 2018. Como sempre se supera. Não é garra. É Alemanha. O mesmo jogo desde o primeiro minuto. O acerto que corrige o erro. Mesmo quando o apito também ajuda. Cerezo não teve a felicidade de Kross para se redimir. Mas para mim ele vai ficar pra sempre como alguém que a sorte não ajudou em 1982. Como Kroos vai ficar pra sempre pelo grito de gol da Prússia dos meus bisavós, da Alemanha da minha eterna torcida. Que outros que errem se acertem como Kroos. Ele não merecia carregar a cruz de Cerezo.

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Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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