A grande final deles e do mundo todo
Mauro Beting
10/11/2018 10h50
O River tem melhor futebol, hoje. Tem mais time. Em nomes, os ótimos elencos se equivalem. Em história geral, equilíbrio como qualquer grande clássico – embora este seja dos maiores do planeta, se não o mais intenso e qualificado.
Na Libertadores, antes de a bola rolar ou tentar rolar na Bombonera, o Boca é o dobro do River. Em títulos e intensidade – algo assim subjetivo como é absolutamente pessoal a torcida e qualquer palpite.
Pela bola, aposto River. Pelo Boca, Boca.
Pelo futebol, ainda que o coração sangre por não ver meu sangue disputando a final, a Libertadores sai campeã hoje e na volta não menos Monumental e literal.
Talvez pudesse servir aos cabeças desmiolados da Conmebol para reverter a ideia genérica e de girico de final única em campo neutro.
Imagine esse clássico todo em Lima, Rio ou Guaiaquil? Vá pra pra Conmebol que o pariu.
Mas vamos celebrar enquanto é tempo o futebol de bairro de pés de barro que nem a bola de lama conspurca. A rivalidade local de vizinhos que se odeiam como se respeitam que conquistou a América e pode ganhar o mundo.
A Libertadores encerra um ciclo com 9 títulos continentais em campo numa mesma cidade. A que mais clubes têm de ponta ou na ponta da tabela. A que mais conquistas possui. A que tem a metade mais um e quem tem a outra metade que se multiplica. A capital de Moreno e Mararadona. A do país de Di Stéfano que imperou em Madri e do Messi que reina em Barcelona.
A Argentina que tem méritos que a prepotência brasileira não reconhece. Pior: é ainda mais jactante por achar que só os hermanos se acham. E nós nos perdemos ainda mais por isso. O brasileiro é mais metido por só achar que eles que são.
Não nos vemos no espelho. Também por isso não nos vemos nas finais.
Por isso veremos a final de maior rivalidade desde 1960. A Libertadores da Argentina.
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.