Cada jogo tem sua história, geografia e ciência
Mauro Beting
07/07/2019 13h25
Brasil campeão da Copa América na Bolívia, em 1997
Não vou falar de Maracanazo porque aquilo não se repete como festa e muito menos como tragédia. A final de domingo contra o Peru parece um pouco mais a de 1989 do quadrangular decisivo da Copa América. Mas então era Uruguai. Contra um Brasil malhado nos primeiros 3 jogos em Salvador, ressuscitado no quarto no Recife, e inesperadamente abençoado na fase final aos olhos do Redentor, no Rio.
Foi diferente. Como deverá ser se comparado a 1975, quando um Brasil mais mineiro do que brasileiro comandado por Brandão, e ainda assim bom de bola, perdeu no sorteio para um Peru bem melhor do que este, na Copa América de então.
Em 1997, na semifinal na Bolívia, o Brasil enfrentou um surpreendente Peru. Como agora. E foi igualmente surpresa o que ocorreu. Tipo os 5 a 0 de Itaquera, agora. Então foi 7 a 0 em Santa Cruz de la Sierra.
Não vai ser aquilo tudo. Não se repetirá a moleza que virou o jogo que começou duro este ano.
Deve ser jogo mais equilibrado. Disputado. Mais jogo. Claro que um gol no início muda o panorama. Mesmo se peruano, em final, mesmo no Brasil, o torcedor não pegará nas chuteiras e orelhas do time e treinador. Terá paciência para entender que cada jogo tem sua história, geografia, matemática. A ciência que for. A consciência que se precisa ter.
O Peru é zebra na final. Foi muito animal ter chegado tão longe. Segue sendo o patinho feio. O canarinho é favorito.
Desde que jogue e não se porte como tal.
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.