O Cruzeiro ganhou o primeiro clássico realmente para dizer que agora pode ir. Claro que duas vitórias contra paulistas são ótimas. Contra o São Paulo era dever de casa. Contra o Corinthians, ainda mais em Itaquera, seria o que foi: uma vitória melhor do que a atuação. Um daqueles jogos que valem muito mais que os três pontos. Um certo alívio. Ainda um incerto desconforto. Mas nem tanto o desespero dos últimos meses em que o clube vem exigindo ser rebaixado ao nível de sua direção.

O gol da virada parece o Cruzeiro se 2019. Parece impedido. Irregular. Tudo contra. Mas seguiu em frente, driblou muralha com categoria, e saiu pro abraço com a força da juventude mesclada com o talento dos mais velhos. O caminho para a salvação em 2019. O rumo pra mudar quase tudo e todos para 2020.

O gol do "impedimento" que o bandeirinha não viu e por isso se precipitou é o reflexo deste Corinthians que não se vê e não se acha. A zaga mais eficiente parou depois de ter jogado a bola para trás habilitando Ederson. Ficou naquele vai não fui do próprio time no BR-19. Posição regular para um Timão irregular.

Depois se viu o festival de lamentações exacerbadas. A ponto de Carille perder o juízo e ser justamente expulso. Também por pedir algo que a regra não pede. Gol que o Corinthians tomaria provavelmente de qualquer jeito. Mas não precisava ser desse modo teen: jogador parando pela bandeira levantada nem no Sub-10. Treinador reclamando por isso, ainda menos.

O lance reflete mal o Corinthians atual. Jogando muito pra trás. Habilitando rivais inferiores. Dando bola a quem não deve. Reclamando o que é falha própria. Perdendo jogos e o juízo.