O São Paulo precisa de mais cor
Mauro Beting
06/12/2019 18h16
Pablo Forlan era um nome que eu não queria ver pela frente quando criança. Eu e todos os pontas-esquerdas do Uruguai, Brasil e do mundo nos anos 60-70.
Sabia jogar. Mas gostava mesmo de bater. Sem dó. Felipe Melo é o Dalai Lama comparado ao lateral do São Paulo de 1970 a 1975. Talvez se fosse ele no meu Palmeiras eu tivesse a mesma idolatria que os são-paulinos têm por ele.
É do jogo. Por mais antijogo que ele fizesse. Por mais maldoso que fosse.
Mas Forlan fez dessa camisa do nosso acervo do @foot.memo (mais de 6.500 peças de jogo originais) o que ela está. Desbotada não pelos anos. Mas pelo suor de quem dava o sangue (dele e dos rivais) dentro de campo.
Forlan não é o jogador e alma que o São Paulo tem precisado. Ninguém quer esse sanguinário. Mas é o espírito que tem faltado ao time. Esse sangue que ferve e o fez extrapolar na caçada aos adversários.
Pessoalmente, dizem, Forlan é gentil é cordato. Um amor que não combina com o que fazia. Mas talvez seja esse mesmo amor que tanto precisa o São Paulo dentro e também fora de campo.
Alguém que vista a camisa até desbotar. Alguém que a honre até exagerar.
O São Paulo tem sido esse Tricolor esmaecido por falta dessa fibra e daquele futebol. (Veja essa camisa e o nosso projeto @foot.memo).
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.