Luxemburgo no Palmeiras - parte 5
Mauro Beting
15/12/2019 19h24
Eu não teria contratado Felipão em 2018. E teria quebrado a cara. Eu não teria trazido Mano em 2019 (preferia Coudet). E mal deu tempo de saber se iria rolar o que não deu.
Eu não sei quem eu contrataria para o Palmeiras em 2020. Jorge Sampaoli eu tinha dúvidas. E quase que a certeza que teria feito o mesmo que nem foi feito.
Pensei em Garnero do Olimpia. Quem sabe Ramirez do Independiente del Valle. Osorio, talvez.
Luxemburgo eu pensaria em contratar. Para a função de Alexandre Mattos. Não para suceder Mano Menezes.
Foi o plano B de Galiotte. Seria o A de muitos palmeirenses. O B de outros tanto. O C de não poucos. O Z também de muitos. E o "nem pagando" de considerável porção da torcida.
Wanderley era o B quando chegou em abril de 1993 ao Palmeiras. Nelsinho Rosa foi descartado por priorizar o conserto do telhado da casa dele no Rio… Sorte verde: cinco títulos em 20 meses depois de 16 anos de fila.
Foi pro Flamengo em janeiro de 1995 e ainda bem que voltaria rápido em novembro daquele ano para montar time excepcional no primeiro semestre de 1996, campeão paulista com a melhor campanha do profissionalismo.
Em 2002 saiu antes da hora do time que seria rebaixado no BR-02. Em 2008 conquistou com brilho o último Paulista do clube, sendo demitido no BR-09 quando encaminhava boa campanha.
De fato, o último grande trabalho do melhor treinador que vi no Brasil ao lado de Telê Santana.
Técnico, estrategista e manager que merece o respeito que perdeu também ao se perder em algumas declarações e polêmicas tão desnecessárias quanto o desrespeito de seus detratores, tão frágeis quanto seus trabalhos recentes para alguém do nível dele.
Tem gente demais que mais torce contra e distorce o imenso trabalho que fez desde o Bragantino 1989. Culpa não só do nosso desrespeito nosso de cada ano. Também dele que não consegue virar esse jogo.
Um cara que trabalhou um ano no Real Madrid não é um treinador qualquer. Pode não ser o mesmo desde 2009. Mas manter aquele nível é para alguém como… ele. Ainda melhor no que faz do que muitos que não gostam dele porque… Não gostam dele.
Não seria o meu treinador como palmeirense e jornalista para 2020. Mas, desde 1914, só Felipão e Brandão foram tão técnicos no clube.
Merece tudo que ganhou. Não merece tudo que estão querendo tirar dele.
Sobre o Autor
Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério
Sobre o Blog
O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.