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Blog do Mauro Beting

Brasil, o país do LoL

Mauro Beting

28/06/2016 12h05

A final do segundo esporte mais popular do Brasil*

 

ESCREVE LUCAS ALMEIDA

 

 

No fim do ano passado, muitos se perguntaram o que eram milhares de pessoas no Allianz Parque assistindo a um duelo de games, com câmeras, apresentador, narrador, comentarista, repórteres e torcedores fanáticos, que reproduziam exatamente o que acontecia ali em jogos do Palmeiras, de futebol, o esporte mais popular do Brasil.

 

A mesma pergunta será feita no dia 9 de julho, quando cerca de 20 mil pessoas estarão no Ginásio do Ibirapuera para mais uma final do Campeonato Brasileiro de League of Legends, uma modalidade de esporte eletrônico (e não game de entretenimento), entre o INTZ eSports Club e o CNB. O que pode impressionar ainda mais é que a quantidade de público poderia ser muito maior. Os 15 mil ingressos do Allianz em 2015 se esgotaram em apenas quatro horas de vendas pela internet.

 

O League of Legends é o esporte eletrônico mais popular do país, digamos, o nosso futebol. Como diretor do INTZ, atuo como um diretor de um clube de futebol – cada modalidade de jogo é como uma modalidade do Flamengo, que tem equipes de futebol, basquete, vôlei, futsal, pólo aquático, entre outros. Nossos jogadores têm contratos com base na Lei Pelé, direito de imagem, multas rescisórias, ganham dinheiro com patrocínios, são populares em redes sociais, são parados na rua para fotos e atraem fãs – muitos fãs, que estão crescendo cada vez mais.

 

No LoL, há regra antialiciamento e janela de transferências – e punições com perdas de pontos para quem não cumpre o regulamento. A equipe é formada por cinco jovens, todos maiores de idade, mas ainda meninos em busca de um sonho. São tão profissionais como os atletas de futebol: treinam oito horas por dia, recebem orientação psicológica, nutricional, cumprem com compromissos de patrocinadores e organizadores de campeonatos, estabelecem relação com fãs e, a cada dia, vencem mais uma etapa do preconceito de gente que ainda acha que eles estão apenas "jogando videogame" – quando, na verdade, escolheram uma profissão de atleta.

 

O quinteto do INTZ (formado por Felipe "Yang", Gabriel "Revolta", Gabriel "Tockers", Luan "Jockster" e Micael "micaO") que está na final não perde há 22 séries de partidas, pelos últimos três Brasileiros. O clube, fundado em junho de 2014, chegou a todas as finais nacionais (já venceu três e disputará sua quinta consecutiva). Vencer mais um título será maravilhoso. Perder, faz parte.

 

Por sinal, na final, a torcida estará dividida e espalhada pelas arquibancadas do Ginásio do Ibirapuera. Apesar da rivalidade (e não pense que é bobagem, os torcedores se importam MUITO com os campeonatos), não há atmosfera mais espetacular de torcida, com jovens se divertindo e famílias aproveitando e torcendo por seus heróis. E o meu sentimento, ao vencer a semifinal sobre a paiN, que é um clube rival, foi agradecer pelo grande jogo, pela rivalidade sadia e pelo respeito que nós sempre tivemos um pelo outro. Que seja sempre assim.

 

Pela quantidade de gente que assiste – as transmissões pela internet atingem milhões de pessoas -, costumo dizer que o League of Legends é a segunda paixão nacional, atrás do futebol, só que muita gente ainda não sabe. É um mundo ainda desconhecido, que está cada vez atraindo mais fanáticos. Convidamos a todos, não só no dia 9, mas daqui para frente, a desfrutar dos esportes eletrônicos. Garanto que não vão se arrepender."

 

ESCREVEU LUCAS ALMEIDA, diretor do INTZ eSports Club

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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