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Blog do Mauro Beting

Eu acredito em Papai Noel

Mauro Beting

25/12/2019 09h51

Eu acredito em Papai Noel.

Há 29 anos escrevo algo natalino depois de um ano de trabalho como jornalista esportivo. Desde 2016 aqui no UOL. Desde 2017 como Mestre de Imprensa Escrita e hors-concours no Prêmio Comunique-se. Como sou desde 2014 fora de votação em qualquer categoria no Prêmio Aceesp. Como sou o segundo jornalista esportivo mais premiado da história segundo o Portal dos Jornalistas.

Desculpe o cabotinismo. Mas sabe como é. Sou jornalista esportivo. Faz parte do ofício. Como ser clubista, bairrista, parcial, polêmico, caça-clique, intolerante, intolerável, partidário, sectário, patrulheiro, raso, bloqueador, bloqueado, ombudsman, corporativista ou contra tudo e contra todos.

Mas eu ainda acredito em Papai Noel. Ele me deu no ofício mais amigos do que colegas. Mais pessoas para bater bola na mídia do que gente abaixo da média. Me dá mais prazer e trabalho em várias áreas. Dirijo filmes e séries de cinema e televisão, escrevo livros, prefácios e posfácios, faço curadoria de museus e exposições, comento o videogame PES. O futebol e a sua cobertura me fizeram embaixador do centenário do Palmeiras. Apresentador de festas do clube e da inauguração do Allianz Parque. Do mesmo modo que tenho textos em publicações oficiais de todos os outros grandes clubes. Mais do que todos, do maior rival do meu clube.

Passador de pano? Não. Lustro fatos em busca da luz e das sombras. Fazedor de média? Não. Faço muitas mídias como jornalista que tenta buscar a melhor versão possível dos fatos, não se achando o senhor deles. Não desço a marreta, subo na mureta para tentar buscar a versão mais ampla e plural dos fatos. Falo e escrevo como tento ouvir e ver – sem bloqueios.

Torço sem distorcer. Clubista não é quem assume a paixão como faço há 29 anos. Clubista é quem distorce contra o time que não gosta.

Acredito em Papai Noel. Como quero crer na mídia mais independente dos interesses inconfessáveis. E dos cliques que não contam a qualidade. Apenas descontam a quantidade de gente que segue ou persegue a polêmica. O BARULHO. O CAPS LOCK que nos leva à bundalização da análise, o humor sem graça, a grana sem amor, à notícia que gera clique, mas apaga a luz.

Acredito em Papai Noel. Ainda que o último apague as luzinhas de Natal.

As minhas seguem acesas. Na esperança não de dias melhores. Mas de gente que pense melhor. Ou ao menos pense.

Como o Flamengo fez lindo em 2019 ao se planejar. Como o Santos se superou com menos. Como o Palmeiras fez mais pontos do que parece. Como o Athletico deu aula. O Grêmio deu o de sempre. Outros deram duro como estão duros.

Mesmo quem não foi aquilo que é ainda pode juntar os cacos e saber que são casos assim que nos levam adiante. Acreditando que o jogo vira. Desde que se jogue certo. Dentro da regra do jogo.

Acredito em Papai Noel e num ótimo 2020.

Como? De que jeito? Quando? Onde? Por quê?

Não sou jornalista para saber as respostas. No máximo para fazer as perguntas.

Ótimo 2020 a todos.

Um prazer de ofício bater bola com vocês.

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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