A correnteza que não levou Isaquias. A canoa virou.
21.183 pessoas moram em Ubaitaba, perto de Itabuna, na Bahia. Há 8 anos, eram, digamos, 21.184. Quando um menino de 14 anos deixou a cidade para tentar fazer a vida em São Paulo. Ele tentara jogar bola, mas não muito. Gostava de esporte. Por meio de um programa estatal chamado Segundo Tempo, em fevereiro de 2005, ele foi para a canoa, com 11 anos.
Remou, remou e foi treinar no CA Paulistano. Largou família e amigos. Não voltou mais para a Bahia. A mãe continuou no pé. Não atrasa. Vai pro treino. Vale a pena.
Ele conheceu um mundo que jamais imaginaria. Moscou. Duisburg. Cingapura. Toronto. Londres. Foi a uma Olimpíada em 2012. Mas para ver como era. Para saber como faria. Como está fazendo para ganhar uma prata e um bronze. E contando.
Ele não sabe o que faria sem a canoa. Mas imagina que não seria muita coisa boa.
Ele diz que precisa estar meio nervoso para competir bem. Sem nervosismo, não vai. Ele não ganha. Não consegue o que jamais sonhou. Mas que pretende ser a vida dele. Mais tempo na água que na terra firme onde deseja ser professor. Treinador. E remar a favor da canoagem.
Esse é o "Isaías".
– Não é Isaías. É Ezequiel.
– É os dois. Isaquias Queiroz.
Ouvi em Copacabana de um torcedor explicando a outro e sendo corrigido por um terceiro a respeito do maior atleta brasileiro da canoagem. Um talento ali perto de Itacaré e Maraú que talvez estivesse por lá ainda hoje não fosse um projeto que incentiva pessoas a remarem contra a maré.
Governo precisa entrar em campo para fomentar o esporte. Mas desde a base. Não só pegando atleta feito. Não só pensando em medalha. É ampliando oportunidade a longo prazo. É planejando um futuro melhor, com mais saúde, educação e lazer. Com mais esporte.
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