O loucutor Silvio Luiz
Eu nunca vou deixar de ouvir Silvio Luiz. Não posso não consigo não quero não dá não tem igual.
Desde hoje, quem está comigo no videogame PES desde a edição de 2011 vai ouvir um outro craque na narração. Milton Leite. Que beleza! E que fase brilhante há anos. Outro querido colega que é amigo e parceiro como Silvio.
Silvio que deixa o videogame da Konami. Mas não se cala jamais. É inesquecível. Como são esses 38 anos em que acompanho Silvio Luiz. Colega e amigo de Rádio Bandeirantes, Band e Bandsports há 17 anos. Companheiro de Pro Evolution Soccer desde 2010.
Um gênio. Vocês todos sabem. Um amigo querido e generoso comigo e família. Saibam.
Um cara que teve operação complicada que o fez ficar quase um mês sem conseguir falar, em 2000. Imaginem Silvio Luiz abrindo a boca e nada saindo. Imagine você nessa situação.
Eu vi o Silvio assim. Eu, como todos, não o ouvi naquele período. Eu, como quase todos, imaginávamos que não daria mais para ele fazer na TV o que só ele viu. Falou. Criou. Bolou. Encantou.
Eu tive o privilégio de fazer na cabine de off da Band algumas "transmissões" na longa recuperação. Jogos que não iam ao ar. Como mal saía pelos ares a voz forte, marcante, inteligente e instigante dele. Era um fiapo. Nem um sopro. Muito menos de esperança.
Silvio batalhando para narrar. Ou fazer aquilo que só ele faz. Algo diferente de todos. Inimitável. E a voz não saía. O gol, então, que nunca é "gol" para esta lenda "legendadora de imagens", mal dava para entender.
Não ""foi-foi-foi-foi-foi ele", torcida brasileira. Não era o Silvio Luiz ali ao meu lado. Era alguém tentando copiá-lo como se fosse o Carioca do Pânico, o mais perfeito imitador (como também é de tantos outros).
Mas eu não sabia de nada. Ali era o verdadeiro Silvio Luiz. O cara que realmente fez tudo em televisão no Brasil. O cara que não inaugurou a Tupi. Mas tem idade e capacidade para ter inventado as ondas eletromagnéticas.
Tenho amigos de quem ele não gosta. Tenho amigos que não gostam dele. Eu, graças a Deus, tenho esses amigos que mostram que ninguém é perfeito. Especialmente aqueles que brincam com nossos problemas e limitações.
Silvio é um deles. Sabe que essa vida é uma zona. Brinca com ela a sério. Às vezes briga demais com a vida.
Mas o que fica é o que é eterno. É tudo que ele já fez no gramado, como repórter de campo. Lá dentro, como árbitro. Aqui fora, na cabine, como locutor.
Ou loucutor.
O cara que atende celular na transmissão. O cara que chega para mim e fala para eu narrar o jogo que ele nunca vira aqueles times jogando na vida. O cara que fica descalço no meu programa e acaba com ele, literalmente, deitado de bruços. O cara que tem tanta história que parece brincadeira.
E é.
O monstro que por seis anos invadiu os lares batendo bola com o PES. O sub-100 mais jovem que já conheci. Que honra e que alegria estar sempre com você. Todo o prazer que agora também tenho em enfim trabalhar com o Milton Leite sigo tendo em ser fã de um amigo querido.
O que vou contar para os meus filhinhos é o que eles já sabem. É você, o craque da narração de tudo.
O loucutor.
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