Marcelo Oliveira, ex-Galo, e o futebol que erra ao jogar no erro rival 

Se Geromel não arranca e cruza para Everton fazer o 3 a 1 da espetacular vitória gremista no Minerão, capaz de hoje Marcelo Oliveira ainda estivesse na entrevista para tentar explicar como ele não conseguiu dar um mínimo de consistência ao melhor e maior elenco brasileiro. 
Mas o presidente do Galo "trouxe a toalha", segundo Daniel Nepomuceno. Ele não jogou a toalha no gramado de pequenas chances atleticanas de reversão. Ele disse que antecipou 2017. Começa agora a preparar terreno. Quem sabe até com o interino que era do sub-20 como treinador no ano que vem. Ou auxiliar-técnico "permanente" – dentro do que é possível ser permanente no futebol brasileiro, além da permanente instabilidade e falta de paciência e planejamento. 
Não é mau ser sincero e objetivo. Ganha tempo o Galo para 2017. Como o São Paulo com novo-novíssimo treinador. Mas o Atlético ainda respira na Copa. "Fato novo" não é troca de treinador que isso é mais velho que jogar pra frente no Brasil. O Palmeiras-96 foi fabuloso por ter sido montado e treinado desde novembro de 1995. Mas era outro negócio. E não podemos continuar mandando embora técnico a torto e errado. 

Marcelo não foi bem no Galo. Repetiu os maiores erros do Palmeiras sem ter os mesmos acertos. Mas o Galo apenas repetiu esse moedor de carne de trocar de treinador como quem troca de camisa e de ideias. 

O futebol também fica mais feio e menos inteligente e menos ousado se não dermos o mínimo de tempo para nossos técnicos errarem até acertarem. Sem paciência com eles, eles vão jogar apenas para especular no erro adversário. E todos acabamos errando. 

De tanto jogar no erro alheio, desaprendemos a jogar certo.