Estreias. Palmeiras 4 x 1 Ferroviária.
Estreia é tão importante que tinha de ser a última coisa que a gente faz.
Ferroviária, sábado à tarde em casa, começo de temporada. Estreia. Jogou pouco. Saiu com 15 do segundo tempo. Lembrança apenas do chute de canhota que explodiu no travessão e, no rebote, como sempre, Toninho foi mais rápido. Era o segundo gol. O primeiro foi um golaço. Sem querer. Rosemiro foi tabelar com Toninho e pegou mal na bola. Encobriu o goleiro da Ferroviária. Mal comparando, parecia o gol do Fabiano contra a Chapecoense, na mesma meta, 40 anos depois.
O estreante foi substituído por Erb. Do banco viu Toninho aproveitar outro resto de bola para fazer o terceiro. Viu João Carlos diminuir para a Ferroviária, em bela pancada. 3 a 1 Palmeiras. Fui um dos 14.826 pagantes no Palestra. Tinha 9 anos. Jantei na pizzaria Casa Grande na Pompeia, vizinha da minha avó, onde tomamos o melhor café do mundo. Ela perguntou como tinham jogado os "meninos", como ela chamava os jogadores "palmeiristas", como ela preferia falar. E disse que as velas que acendeu para a estreia dele tinham dado certo.
Era o primeiro jogo do Palmeiras no Paulista que venceria. Foi o primeiro jogo como titular do novo camisa 8. Jorge Mendonça. Autor do gol do título, em 18 de agosto, contra o XV de Piracicaba.
Uma partida muito ruim dele. Desentrosado, apático, discreto. Do baixo dos meus 9 anos, desconfiei. Como ele poderia substituir o insubstituível Leivinha, vendido em setembro de 1975?
Substituindo. Até 1980, seria o melhor do Palmeiras. Titular da fase final da Copa de 1978. Fazendo muito mais do que era imaginado depois da pálida estreia numa tarde de sábado contra a Ferroviária.
Era necessária paciência. Esse substantivo cada vez mais abstrato. Queremos que o campeão brasileiro de 2016 atropele em fevereiro de 2017 sem Moisés, Tchê Tchê, Gabriel Jesus, Cuca. Não é assim. Por mais que algumas escolhas de Eduardo não sejam as melhores, o Palmeiras ainda é o que tem o melhor potencial.
E se em 1976 saiu com menos de 20 minutos o estreante em jogo oficial, em 2017 entrou o tão esperado 12 e, logo depois, gol do 12. O da camisa do Marcos. O Santo que esperou sete anos para ser titular absoluto em nossos sonhos.
Calma, gente. Eu não teria dado a 12 para o Borja. Mas eu conto até 1914 para que dê tudo certo. Para que a gente ajoelhe mais vezes e aponte para o céu. E, torço mais do que penso, para que a gente aponte para o treinador e diga: você é o cara. Você é 10.
Porque o 12 já sabemos. O 9 chegou. O bicho já pegou. E vão ter de pagar muitos bichos por ele. Borja!
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