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Blog do Mauro Beting

Ficou tudo pra semana que vem. Botafogo 0 x 0 Flamengo.

Mauro Beting

17/08/2017 00h22

ESCREVE GUSTAVO ROMAN

O clássico carioca foi exatamente aquilo que todos esperavam. Amarrado, poucas chances. Muita transpiração e pouca criação. As equipes entraram espelhadas taticamente no 4-4-2. Do lado alvinegro era João Paulo quem tinha liberdade para encostar em Roger. No Rubro-Negro, esse papel cabia a Diego, mais uma vez mal na partida. Sem Márcio Araújo, o time visitante conseguiu trocar mais passes, ser mais fluido e agudo em suas jogadas. Mesmo sem incomodar Gatito Fernández.

O primeiro tempo seguiu à risca o roteiro. O coletivo dos donos da casa versus o individual dos visitantes. Flamengo com muito mais posse de bola. E com imensa dificuldade em furar o sistema defensivo do adversário. O Botafogo se encolhia. Marcava muito. E aguardava um erro do oponente. Erro que acabou não acontecendo. A primeira e única oportunidade desse período aconteceu já no apagar das luzes. Arão tocou para Rodinei que cruzou. Gatito segurou o centro e soltou, numa falha clamorosa. A bola se ofereceu para Berrío, com o goleiro caído estatelado no chão. O colombiano finalizou em cima do arqueiro e perdeu a chance de marcar um gol qualificado.

Na etapa complementar o panorama não se alterou. Pelo menos até os 12 minutos. Diego, em cobrança de falta, acertou o travessão. A partir deste momento, as equipes se soltaram um pouco mais. E buscaram mais o ataque. Mas em termos de emoção, o jogo deixou muito a desejar. O Botafogo arriscou alguns chutes de longe, tentando aproveitar a insegurança de Muralha. O Flamengo sofria com a má atuação de Diego e de Vizeu. Reinaldo Rueda, em sua estreia, mexeu mal na equipe. Tirou os três velocistas (Berrío foi o único que saiu lesionado, Everton e Vinícius Júnior). E o time não chegou mais. Normal para quem ainda não teve tempo de conhecer o elenco. Já Jair Ventura foi melhor nas alterações. Tirou dois amarelados (Matheus Fernandes e Pimpão) e manteve a estrutura tática de sua equipe.

Aos 34 minutos, o árbitro Anderson Daronco expulsou Muralha e Carli em lance que poderia ter contemporizado. Até para não estragar o que já estava ruim. Na minha visão, era lance para amarelo para os dois. Como Carli játinha levado um, seria expulso. Então, se eu fosse o árbitro daria uma sonora bronca nos dois e vida que segue.

Ventura tirou Roger e recompôs a zaga com a entrada de Marcelo. Rueda tirou o jovem Vinícius Júnior que havia acabado de entrar. Poderia ter sacado Vizeu, que nem pegava na bola. Foram mais 17 minutos (com os acréscimos) em que não se fez mais nada. Apenas se tocou a bola para o lado, esperando o apito final.

O desenho do jogo da semana que vem deverá ser o mesmo. O Fla com a posse de bola. E o Bota nos contragolpes, esperando o erro fatal. O empate deixa o confronto em aberto. Mas acabou sendo melhor para o Alvinegro, que joga por qualquer empate com gols. E se houver novo zero a zero e a disputa da vaga na decisão for para as penalidades máximas, Gatito (ou Jéfferson, quem for escalado) leva vantagem sobre o jovem Thiago.

Ao Flamengo, portanto, só resta vencer o jogo. Ficou tudo para quarta que vem. Ainda que com um leve favoritismo para o Botafogo.

ESCREVEU GUSTAVO ROMAN

Veja a análise de Gustavo Roman 

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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