Romarias. Corinthians 3 x 1 Vitória.

Eu não tinha ideia do que o Corinthians estava contratando quando trouxe Romero. Eu continuo sem ter a ideia exata do que representa o artilheiro da Arena Corinthians em quatro anos de estádio completados com a justa classificação contra o Vitória. Menos apertada do que se esperava pelos desempenhos recentes corintianos.

Mas Romero é uma das melhores definições do que é Corinthians. Para quem é e para quem não é. Romero não é e nunca será craque. Mas se esforça como tal. Se Roger Flores tivesse o comprometimento dele com e sem a bola seria mais do que foi. Se Neto corresse como ele seria ainda mais xodó da Fiel. Se fossem outros os tempos, ou aqueles antigos que nem sempre eram só maravilhas, talvez Romero nem banco fosse. Só arquibancada. Mas é ele quem encarna a alma, o espírito, a fibra, o vigor de quem torce até sem ter por que ou porquê. Só por ser Corinthians. Com a fé de um romeiro peregrinando em busca de um cálice sagrado. De um cala-boca de quem continua se superando secretariando desde o lateral na marcação, até marcando os gols essenciais nos jogos complicados. Como toda bola parece complicada para ele. Até quando não é. Mas segue tendo gente que acha que ainda ela é mais difícil pra ele. Mesmo que ele componha, recomponha, reforce, ataque. Faça quase tudo. E faça por todos. Ainda vai ter quem desfaça dele.

Romero não é o jogador que eu quero no meu time. Mas certamente não é o cara que quero que jogue e se jogue contra a minha equipe.

Esse é o Romero. Esse é o espírito deste Corinthians tão vencedor. Nenhuma equipe pede 11 Romeros. Mas ao menos um você precisa para se doar pelo time, para dar à equipe mais do que ela precisa. Aquilo que a gente não sabe o que é. Nem ele. Mas aprendemos que é com ele que se joga. Mais do que ele joga.