Não deve, Arnaldo
Não pode, Arnaldo.
Eu não queria te ver em campo no Santiago Bernabéu na final de 1982. Porque queria ver o Brasil de Telê. Mas você honrou aquela geração. Como árbitro, apitou uma final de Copa brilhante. No Brasil, como tantos, ainda mais na época, muitas vezes mais mediou do que arbitrou.
Foi dos melhores da história. Foi dos melhores nas transmissões. Parceria impagável com Galvão Bueno. Companheiro adorável em viagens. Sempre disposto a ajudar e dialogar. Sempre respeitado pelo conhecimento e simpatia.
A regra não é tão clara como ele popularizou. Isso não pode, Arnaldo. Mas ele foi muito além da superstição das meias em Copas. Foi um ótimo comunicador para simplificar a regra. Aí, sim, ele deixou mais clara.
Mas ele acabou sendo nesses 28 anos de transmissões globais o porta-voz do xingamento. Na duríssima missão de analista de arbitragem que ninguém gosta, foi detestado pelo público e pelos colegas de jornalismo pelo que precisa interpretar; desprezado pelos colegas de apito que gostariam de vê-lo defendendo mais a categoria. Ou atacando menos os erros deles.
O analista de arbitragem consegue desagradar gregos e corintianos. Não é culpa deles. Mas Arnaldo conseguiu superar as limitações da função com humor sem pretender ser engraçado. Com carisma sem forçar barra.
Arnaldo fará muita falta. Daquelas que ele não marcava. Daquelas que ele marcava. Porque ele é assim. Marcante.
Obrigado pela companhia a trabalho. E pela companhia nas transmissões que todos vemos algumas vezes só pra discordar.
Mas já concordando que você fará mais falta e teremos mais incorreções que a regra 12.
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