Andrada, o homem que não brincava no gol
Em novembro faz 50 anos que uma pessoa não queria que aquela bola de Pelé entrasse no Maracanã. A milésima da carreira Dele.
Não acho que tenha sido pênalti para o Santos. Mas até os vascaínos em campo e fora dele não reclamaram tanto. Porque o mundo, como escreveu Armando Nogueira, precisava parar para ver o que mais se viu no futebol. E há 50 anos não se vê nada igual: um gol de Pelé. O 1000 do 10.
"Marcar mil gols como Pelé não é difícil. Difícil e marcar um gol como Pelé", poetizou Drummond.
Mas difícil mesmo foi só para o argentino vascaíno Andrada aceitar aquele pênalti. Ele x o mundo do ET Pelé. O ótimo goleiro foi muito bem na bola como o ágil arqueiro que foi desde o Rosario Central. Chegou a tocar nela. Mas não o suficiente para evitar o gol que o mundo celebrou. Menos ele que ficou esmurrando o gramado como se tivesse falhado.
O milésimo que Pelé dedicou às criancinhas hoje cinquentonas como eu quase que só aconteceu depois daquela noite carioca porque quase Andrada fez a defesa de sua vida. Aquela que ele teria que se "defender" por ter "estragado" a festa do maior da galáxia no maior estádio do mundo.
Esse é Andrada que nos deixa aos 80 anos. Quase 50 depois da quase defesa que seria "indefensável". Então quase 20 anos depois de outro goleiro vascaíno no Maracanã não defender uma bola mundial que não tinha defesa. E não merecia ser tão atacado como foi Barbosa no Maracanazo de 1950.
Andrada que ainda seria o goleiro de uma seleção de estrangeiros no Brasil que, em 1973, levou o último Gol de
Pelé de Pelé, na despedida de Mané pelo Brasil. O assim chamado GOL DA GRATIDÃO. Golaço que Andrada tudo fez também para não levar naquele amistoso festivo. Porque pra ele não tinha festa e nem amistoso. Só futebol. Só defender o dele. E o de muita gente.
Todo o respeito a quem não brinca de goleiro nem em festa.
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