Justo. Justíssimo.
A Villa del Cerro era um distrito vizinho que virou Montevidéu em 1913. Um ano depois foi fundado o Rampla Juniors. Em 1922 nasceu seu maior rival – o Cerro. Desde 1927 se enfrentam no segundo maior clássico uruguaio. Tão intenso quanto Peñarol x Nacional por ser mais do que um confronto municipal, nacional e internacional como o grande clássico: Cerro x Rampla é uma partida do bairro. De famílias. De vizinhos de Montevidéu.
Não tem nada maior. Ou só o amor de Justo para Nico. Do pai que era Cerro e em 72 horas do bebê fez o filho sócio do clube.
Mas na adolescência o perdeu para o rival. A dor e raiva pela casaca virada para as cores do Rampla fez Justo jamais acompanhar Nico do outro lado do estádio.
Em março de 2016, como conta o documentário JUSTO Y NICO, o pai estava em casa quando recebeu o telefonema. Acompanhando o Rampla pelo Uruguai, o filho morreu em acidente, voltando de Maldonado, do jogo contra o Atenas.
Justo foi ao quarto do filho arrancar a bandeira que o levara pro outro lado. Definitivamente. Com ela na mão, Justo entendeu como poderia se conectar em vez de a queimar. "Como pai, como amigo, como homem, me faltou mais comunicação com meu filho".
Desde então, Justo e a mulher estão do outro lado. Todo jogo ele leva a bandeira da foto na reportagem do Grupo Globo. Ele agora torce também para o clube do filho. O melhor jeito de estarem juntos com o futebol que os separou. Na mesma arquibancada onde aspergiu as cinzas de Nico. "Meu sangue é do Cerro. Mas meu coração é do Rampla".
Justo. Justíssimo.
"Aproveitem seus filhos", disse ele ao FANTÁSTICO. Amor que foi finalista do Fifa Fan. E é vencedor como qualquer um que faz da paixão pelo futebol a melhor conexão entre diferentes de tão iguais.
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