O 10 e o nomeutempismo
RIvaldo tentou proteger a camisa 10 amarela que tão bem vestiu em duas Copas e não detonar Paquetá (que tentou defender e não conseguiu, também pela leitura acelerada e celerada destes dias). O melhor do mundo em 1999 teve desempenho absurdo e não sempre reconhecido (para não dizer estupidamente espinafrado por muitos coleguinhas que esqueceram o que ele fez) nas Copas de 1998 (quando foi vice) e 2002 (quando foi penta).
Rivaldo é dos poucos jogadores na história que estiveram entre os três melhores de duas Copas seguidas. E ainda bovinamente a esquadra zurra canarinho cobrava dele mais futebol…
Só que Rivaldo também postou algo que pastou também ele na época pela cobrança exacerbada. Algo que Leonardo Bertozzi bem destacou, como sempre: o "nomeutempismo" é muito pior do que o saudosismo.
Já falei algumas vezes nestes 29 anos de estrada. Leônidas da Silva detonava Pelé na Copa de 1958 comentando pela Pan-Americana. A geração de 1970 detonava (não sem algumas razões) os tetras de 1994. Dunga e companhia que também criticavam abertamente a geração sem Mundial (mas que conquistou o mundo) de 1982-86.
Mário Sérgio brigava com Neto que briga com quase todos os "pés-de-rato" de agora. Outro querido Muller virou até paródia do Rudy Landucci (genial como Muller) ao falar quase sempre do tempo dele.
Como Paquetá deverá cobrar dos que vierem a seguir o que ele foi cobrado por quem ele precisa seguir. Não perseguir.
Rivaldo, mesmo, estreou brilhando na Seleção fazendo gol contra o México, em 1993, quando fazia pelo Corinthians o que desde 1992 encantava no Mogi Mirim de Vadão. Parecia nome certo para estar entre os 22 para os EUA, na Copa. Mas um mau primeiro semestre de 1994 com Carlos Alberto Silva de treinador no Parque São Jorge o tirou da Seleção de Parreira. Merecidamente.
Voltaria em 1996 na equipe olímpica de Zagallo para a Olimpíada de Atlanta, respaldado como craque do Palmeiras espetacular de Luxemburgo. Jogou muito mal. Não honrou o número que depois também seria nota dele. Ainda que injustamente vaiado e até xingado na estreia de Leão como treinador da CBF, em novembro de 2000, no Morumbi.
Paquetá não deverá ser Rivaldo. Poucos foram antes e poucos serão depois do melhor da Fifa em 1999. Sete anos depois de ter sido trocado por Paulo Silva, no pior negócio da história do Santa Cruz, que recebeu o zagueiro do Mogi.
Mas a paciência que se esgota com Tite é necessária ter com qualquer bom jogador em qualquer tempo.
Para evitar esse "nomeutempismo" que, mesmo com muitas razões e enormes emoções, só consegue levantar a bola do que há de pior na memória: a seletiva. Ou pior: a que só enxerga um passado que não se viu.
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