Pelé, 50 do 1000
"Neste momento feliz da minha vida, quero lembrar as crianças pobres, necessitadas de uma roupa usada. De um prato de comida. Ajudemos as criancinhas desafortunadas. É o apelo que eu faço neste momento de alegria".
Era Pelé, logo depois das 23h23 de quarta-feira, 19 de novembro de 1969. Dia da Bandeira do Brasil. Dia da maior bandeira brasileira no Universo desfraldada no maior do mundo. Maracanã que tinha que parar como escreveu o camisa 10 Armando Nogueira para ver Pelé bater o pênalti no vascaíno goleiro argentino Andrada. Fazer 2 a 1 Santos, no Robertão. Marcar o milésimo gol na carreira.
"Marcar mil gols como Pelé é fácil. Difícil é marcar um gol como Pelé" poetizou Carlos Drummond de Andrade, o Pelé da poesia brasileira. Porque tem Pelé na música, cinema, artes, matemática, culinária. Não pintou um Pelé para driblar os problemas das pobres criancinhas que hoje são avós de paupérrimos problemas brasileiros.
Mas, na bola, só vai ter um Pelé. Em campo, o Pelé do futebol é o próprio Pelé.
Moço de Três Corações e mil e tantos gols. Milhões de lances de Pelé Dele. Do ET que é de outro planeta que fez desta Terra o maior: o Brasil que insiste em ser menor. Involuindo em muitos campos.
Até quando progrediu para dias mais democráticos a nossa pátria mãe gentil regrediu. A economia fez milagre, acelerou, inflacionou, explodiu, implodiu, estagnou, arrochou, deprimiu, congelou, realizou, estabilizou, dolarizou, estatizou, liberou, roubou, decepcionou, decolou. Tem para todos os gostos, gastos, gestões, gastões.
Mas nesta colônia que foi monarquia e há 130 anos é república, desde 1958 só temos um rei. Não só nosso. Do planeta. Do universo de onde Ele veio.
Pelé não é só o 10 e nem o único 1000. Pelé não só marcou mais do que todos. É a marca maior de todo o mundo, em qualquer campo.
Tem como discutir Messi como já se comparou Maradona. Leônidas. Todos os Ronaldos. Di Stéfano que diz que não tinha jogo com Ele. Cruyff que não se compara. Puskas. Zidane. Zizinho, Rivellino, Zico. Romário. Beckenbauer.
De lá ou de cá não tem dez maior ou mesmo melhor.
Nem Mané, a melhor rima com Pelé, se iguala.
Hoje teve gol de Pelé há 50 anos.
Hoje teve gol do camisa 10 do Brasil no amistoso de Tite contra a Coreia do Sul. O Paquetá que jogou bem, como Fabinho, mas não tanto quanto Renan Lodi no fácil 3 x 0 na Arábia Saudita.
Também não se comparam os tempos e os times. Essa mania que temos de medir desiguais. Essa régua que estabelecemos como parâmetro que não tem cabimento.
Como querer parar ou comparar Pelé.
Talvez um dia Ele seja mesmo superado.
Nunca se sabe.
Ou melhor: só Ele sabe.
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