Atlético de Madrid 2 x 0 Barcelona
Não é lindo de ver o time de Simeone. Mas deve ser maravilhoso de torcer e sonhar com os colchoneros que mandaram ao MSN a mensagem: há vários modos de vencer no futebol.
E, sim, órfãos (como eu) do melhor Barcelona (mas não maior que o de Guardiola): o Atlético mereceu a classificação. O pênalti que faltou no fim para o Barcelona é diluído por outras decisões discutíveis de arbitragem. Faz parte do jogo tanto quanto uma senhora equipe como o Barça ser eliminada por um senhor conjunto como o do Atleti.
Time que joga e não deixa jogar. Equipe que sabe trabalhar a bola como jogava muito Simeone e aprendeu a ter a malícia necessária para fazer o jogo que pretende – mas sem a violência desmedida do Simeone volante. Valente equipe que encarou o Barça no Camp Nou e só perdeu por 2 a 1 por ter perdido Torres expulso. Fortaleza que venceu no Calderón com inegáveis méritos um time blaugrana pouco inspirado, com Messi encaixotado e sem a centelha de criatividade, e com Neymar em outra partida apagada e mais nervosa que bem jogada.
Acontece com times históricos. Tanto que desde o antológico Milan de 1989 e 1990 não há um bicampeão europeu. E vai continuar não havendo. Nem tanto por demérito do Barcelona que vai virando o fio na temporada. Mas muito por uma equipe que não joga um futebol lindo de morrer. Mas muito bacana de ver. Provando pela enésima vez que existem várias interpretações para uma vitória. Todas elas respeitáveis. Nem sempre admiráveis como os concertos culés que, agora, merecem reparos. Mas não a troca de partitura.
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ESCREVE DANIEL BARUD
E o Atlético venceu. Mereceu. Mais que isso, fez por onde.
Contra um Barcelona apático, mal emocionalmente (e isso ganha jogo!), o Atletico fez valer o apoio da torcida que lotou o Vicente Calderón e eliminou pela segunda vez o Barça.
Nos primeiros 15'minutos, a equipe de Diego Simeone começou abafando, sufocando, pressionando a saída de bola catalã, tentando roubar a pelota no campo de ataque, mais próximo do gol, a fim de abrir o placar e descontar a desvantagem no placar agregado (o jogo de ida foi 2 a 1 e o Barça tinha a vantagem do empate). O Barça não conseguia sair de atrás, mesmo tentando no tradicional toque de bola catalão.
Com o passar do tempo, a intensa pegada e pressão cochonera diminuiu o ritmo e o Barça foi tomando o terreno controlando o jogo territorialmente, com mais posse de bola (72% a 28%), porém sem a eficiência nas infiltrações/penetrações no sistema defensivo adversário. Rodava a bola, alçava na área e a zaga afastava. Só toque de bola, sem penetração. Era tudo que o Atletico queria.
A chave do gol do Atlético foi a bola aérea, a mesma que vitimou os catalães diante da Real Sociedad e no El Clássico no gol mal anulado de Bale. Saul Niguéz cruzou de trivela para Griezmann subir mais que a zaga, testar firme cuca legal e abrir o placar para os mandantes.
O esquema de Diego Simeone era o mesmo: fechar os espaços, encurtar as linhas, dar a bola aos catalães e quando rouba a redonda ser incisivo, com passes verticais e rápidos. Para isso, concentração, aplicação tática e execução absurda! A chave do segundo e derradeiro gol: roubada de bola de Filipe Luis, contra-ataque mortal até a defesa de Iniesta (que deveria ser EXPULSO) na grande área. Pênalti convertido por Griezmann e classificação selada.
Houve alguns lances desagradáveis da dupla Suarez e Neymar. Ambos cometeram infrações e mereciam ser punidos. O uruguaio merecia ser expulso pela cotovelada no companheiro de seleção Godín e Neymar por ter feito falta feia em Juanfran sem bola. Messi também esteve MUITO apagado. O meia argentino emplacou CINCO partidas seguidas COMPLETAS sem marcar pela primeira vez em toda sua carreira profissional no Barcelona.
No conjunto do duelo, o Atletico mereceu e muito a vaga. Perdeu Fernando Torres no primeiro jogo e poderia ter ganhado a partida no Camp Nou, se não fosse a expulsão do centroavante espanhol. O Barça não foi e nem vem sendo o mesmo Barça, sem a mesma intensdade, mobilidade, versatilidade que acostumamos a ver.
As semifinais serão definidas na sexta. Real Madrid decacampeão, o Manchester City de Pellegrini, o Atlético de Simeone e o Bayern de Pep Guardiola. Confrontos imperdíveis a serem sorteados!
ESCREVEU DANIEL BARUD
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