Palmeiras 2 x 0 Fluminense

Lina Toledo me abraçou e me beijou antes de entrar no estádio e disse que sempre ouve a rádio onde trabalho. E que adorava ouvir o meu Babbo. Ela tem 83 anos. Pela primeira vez veio ao Allianz Parque. Brinquei com ela que, se desse o Tricolor de Levir, a culpa seria do pé frio de dona Lina.

No primeiro tempo, a responsabilidade parecia dela. Talvez mais um capítulo da longa série "Porcus Tristis". Piada feita e que dificilmente o Palmeiras tem desfeito em muitos anos de desfeitas recentes. Foram 45 minutos para esquecer de duas boas equipes. Chance de gol boa, mesmo, só duas para cada lado. As melhores foram além dos 45, com Fred que teve duas, uma bem defendida por Prass, e outra com Dudu, que mandou para fora como quase sempre esteve em campo.  0 4-3-3 verde não funcionou. Ou só Róger Guedes jogou. O 4-1-4-1 sem a bola tricolor travou o Palmeiras tanto a afobação e os passes errados, até de um ausente Cleiton Xavier. O 4-3-3 tricolor com a bola estava melhor que o mandante até a metade do primeiro tempo chocho, ainda que disputado com vontade.

Intervalo. Mesmo suspenso, Cuca mexeu no time – e mais uma vez muito bem: Tchê Tchê foi para a lateral esquerda no lugar do lesionado (e atrapalhado) Egídio. Moisés entrou na de Tchê Tchê como segundo volante (mas chegando sempre, e de novo bem); Cleiton Xavier foi sacado para que Dudu jogasse por dentro, com Róger Guedes mais atrás pela direita, Gabriel Jesus de volta ao lado esquerdo, e Alecsandro como referência no repaginado 4-2-3-1.

Em 13 minutos já estava 2 a 0. Vítor Hugo fez 1 a 0 de cabeça, e Alecsandro fez o segundo, três minutos depois, em belo lance pela direita. Onde Róger Guedes deitou, rolou, correu, driblou, finalizou. Quase tudo que o Fluminense fez depois dos gols. Cícero foi fazer a de Edson, Marcos Júnior entrou na de Osvaldo, e a bola que entrou na meta tricolor teimou em não entrar na palmeirense. Virada de fase, como virou mais uma vez bonito o Palmeiras de Cuca uma atuação que era preocupante.

Tudo que vinha dando errado começou a dar certo. Tem time, tem elenco, tem treinador, tem carisma, tem camisa, tem torcida, e tem um Palmeiras com pinta de que vai longe. Como o Fluminense vai fazer um bom campeonato, também.

Dona Lita foi pé-quente. Ela pode vir mais vezes. E vai ser muito feliz ainda.