O torcedor do bem. Pessoa do bem. Pai de família
Pai de família. Pessoa do bem. Agora, o torcedor do bem.
Desconfie quase sempre de quem se refere a si próprio como pai de família. Eufemismo que mascara. Pessoa do bem, quase sempre, é pessoa física com várias pessoas jurídicas com vários bens, alguns discutidos por pessoas com doutos conhecimentos jurídicos.
Eu posso até listar várias pessoas do bem. Pais de família. E costumam mesmo ser. Mas quem se defende como pai de família pode muito mais ser a Corleone. E não é ficção.
O promotor que cuida ou tentou cuidar das torcidas em São Paulo é Paulo Castilho. Promove alguns eventos. Promove-se como alguns pavões na mídia. Como eu também faço o mesmo, embora mais periquito que pavão. Faz parte do show. O dele e o meu.
Ele é o maior defensor da indefensável institucionalização da intolerância que é a torcida única. Firma reconhecida da falência do poder público diante do despudor da violência e barbárie da bandoleiros da talibancada que desuniformizaram estádios e ruas com a violência organizada. Muito mais organizada que as autoridades sem autoridade. Responsáveis igualmente irresponsáveis por tirarem o torcedor dos campos.
A torcida única estreou no Morumbi em São Paulo 1 X 0 Palmeiras. O pensamento (sic) único impediu truculentos, claro. Mas também torcedores como tantos.
Essa sim é a maioria barulhenta. Ensurdecida pelo elitismo leniente do douto procurador. Na ESPN, ele disse que só o "torcedor do bem" foi ao clássico.
O pai de família. A pessoa de bem. E bens.
Os males e malas ficaram em casa.
Meu parceiro de A IRA DE NASI, Leandro Iamin, escreve muito melhor o que ele sentiu no Morumbi. O que qualquer pessoa do bem e do mal sentiria nessa desterrada sem lei. Ou com autoridades que até conhecem as regras do vale-tudo. Mas também não sabem conviver com o contraditório. E estão criando uma geração que vai celebrar um gol por Whatsapp.
Crianças que não saberão ganhar por não saber perder. Crianças derrotadas pela vitória da intolerância institucional. Violência silenciosa que segrega. Gangrena social que amputa os filhos da luta.
LEIA LEANDRO IAMIN Os torcedores distorcidos pelas autoridades
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