Cartão amarelo por celebração única
Cueva gosta de celebrar gols assim. Eu não gosto. Mas eu não sou Cueva. E não sei fazer gols.
Botar o dedo na boca como enfermeira de cartaz de hospital pedindo silêncio. Botar a mão no ouvido como se tivesse problema para escutar. Eu não gosto. Acho desrespeitoso. Arrogante. Mas eu não faço gols. E tem quem goste. Normalmente os mesmos que não gostam quando sofrem gols celebrados assim.
Mais importante que gostar ou não é respeitar. Ainda mais importante em dias de intolerância institucionalizada é evitar problemas. Celebrar gol de qualquer jeito na frente de torcida rival é pedir para desordenar a casa. É incitar a resposta destemperada. Para não dizer premeditada. Para fazer voar isqueiro, bola de papel, pilha, moeda, antigos radinhos, o que estiver a mão e não na cabeça. Tem jogador que parece já celebrar, sobretudo nas arenas mais modernas e com torcedores mais próximos, com intuito de causar confusão. Ou punição ao adversário no STJD.
O árbitro precisa coibir o excesso. Está na regra. E na orientação para ele. Mas também a arbitragem precisa coibir o próprio excesso. O cartão a Cueva, em Itaquera, depois do gol de pênalti do peruano. Honestamente, não era o caso. Não mesmo.
Claro que também era questão subjetiva. Mas nenhum corintiano se sentiu ultrajado. Se é que viu. Não pareceu acintoso, ou mesmo desrespeitoso. Foi apenas mais uma celebração de alegria, nem tanto deboche.
Em clássico de torcida única, essa excrescência criada pelas autoridades sem autoridade, fica ainda pior. Como celebrar um gol do visitante com a torcida que está proibida? Fazendo uma LIVE do Facebook no gramado? Mandando mensagem para o WhatsApp da torcida? Pedindo desculpa para a torcida mandante pela insolência de ter feito um gol?
A violência é tanta que mata a nossa inteligência.
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