Cidade de Zeus. Família Silva é ouro
2000. Flávio Canto foi dar aula de judô na Rocinha no projeto Educação Criança Futuro da prefeitura carioca. Mudança de governo, projeto esquecido, Canto arregaçou o quimono, as mangas, e buscou novos parceiros. Entre eles Geraldo Bernardes. Judoca e professor, treinador de Canto e faz tudo de muitos brasileiros em muitas competições. Na Cidade de Deus eles montaram o Instituto Reação, em 2003.
"Formando faixas pretas dentro e fora do tatame".
Entre elas uma menina que aos cinco anos foi para o judô com a irmã para tirá-la da rua e das confusões da Cidade de Deus. O futebol com os meninos era a paixão. Não dos pais sem dinheiro nem para a prática esportiva. Era só dela a paixão que um dia até desmaiou de fraqueza jogando bola.
Mas era outra no tatame. Ainda mais quando chegou para treinar no Reação, perto de onde morava. Geraldo viu de cara um potencial vencedor. Vontade de lutar. Nela e na irmã.
Rafaela Silva ganhou corpo. Não muito. Mas ganhou lutas. Mundial. E, agora, pertinho da Cidade de Deus, ela é ouro olímpico. Ganhando a última luta quatro anos depois de desclassificada na primeira, em Londres.
Quantas Rafaelas estão perdidas sem nem entrarem em luta. Quantos potenciais de briga já foram perdidos pela falta de Geraldos e de Cantos pelo país. Não estivesse na Cidade de Deus, talvez não saberíamos o que Rafaela poderia ter feito.
Não e só Rafaela, Raquel e os pais que são campeões. É a iniciativa de cidadãos como Canto e Geraldo e de alguns poucos patrocinadores públicos e privados que fazem vencedores quem a vida havia derrubado no primeiro golpe. Projetos que são todo dia medalhados não apenas por vitórias como a dela. Mas por promoverem um pouco mais de educação, saúde, justiça e paz.
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