Chapecoense não tem cor. Coração não tem camisa.
A CBF, entenda-se o departamento jurídico da entidade, aconselhou o Palmeiras para que não jogue contra o Vitória na última rodada do campeonato com a camisa da Chapecoense. Motivo: risco de criar um precedente para que departamentos jurídicos de clubes supostamente prejudicados ou futuramente ameaçados possam entrar com recursos nos tribunais contra a "ilegalidade" da prática…
O Corinthians, depois de belíssimas homenagens às vítimas da tragédia na Colômbia, optou por não jogar com as cores do maior rival, as mesmas da Chape. Questões de torcida, de paixão que, no futebol, se escala no mesmo ataque da intolerância. Faz parte do jogo dos fãs. De qualquer clube, cores e credos. Aceite-se.
Mas, de fato, coração não tem camisa. Chapecoense não tem cor. Dor não tem descrição. Luto é luta contra a dor e a favor do amor. Com discrição, quando possível.
Entendo a paixão que por vezes gera intolerância. É próprio do futebol, essa mais perfeita imperfeição criada pelo ser nem sempre humano. Ou humano demais no tanto que erra. Ser humano é ser falível. Lamentável tanto quando adorável.
Mas em um momento em que tudo que vem de Chapecó precisa ser adotado, ficamos órfãos da canalhice inominável, dos órgãos de "Justiça" (SIC) que, em nome da regra do jogo, jogam e julgam com togas borradas e manchadas.
Não poder homenagear a Chape com medo de recursos nos tribunais é a falência total dos órgãos. A septicemia terminal da brutal boçalidade de uma turma que não sabe perder, não sabe ganhar, não sabe jogar, não sabe viver, não sabe.
Enquanto a Chapecoense não quer blindagem contra o rebaixamento na Série A, aceitando o risco de uma queda incomparavelmente menor que a perda irreparável, alguns fazem de tudo e muito menos para evitar o que pode acontecer – e o que ainda nem se sabe se vai ocorrer em outros anos, e com quem pode ou não.
Vivemos horas de muito luto. Dias de muita luta.
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