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Blog do Mauro Beting

Usar tecnologia no futebol é apertar botões e também parafusos

Mauro Beting

15/12/2016 08h21

Pela nova determinação da regra, desde 2013 fica claro dentro do que é clara a regra do jogo que o atacante do Kashima Antlers não está participando efetivamente do jogo ou interferindo na visão do adversário ou o obstruindo na disputa de bola quando é derrubado pelo rival do Atlético Nacional. Isto é: ele está em posição de impedimento. Mas não impedido. É distinto. E não é irregular. Portanto, segue o jogo que não seguiu. Porque o primeiro árbitro de vídeo da história avisou Viktor Kassai da infração sobre o atleta em posição de impedimento que não estava impedido… O árbitro principal então foi à lateral do campo para analisar o lance alertado. Seguiu a indicação do auxiliar eletrônico. Marcou o pênalti que, também pela televisão, é só por ela, eu teria marcado. Marcou o que foi visto na TV. Como ele também poderia ter pensado diferente. 

O mundo caiu sobre a Fifa. Não pela nova tecnologia. Mas pela interpretação da regra 11, a do impedimento, que segue sendo o que é. Subjetiva. E precisa mesmo ser assim. Como é necessário mais uma vez atentar à questão humana. Não há tecnologia que substitua a interpretação de algumas situações. Mesmo o árbitro poderia ter entendido que a infração do colombiano não seria pênalti. E teria recomeçado o jogo como pretendia. 

Vale como experimento. Mas por ora que seja assim. Ainda considero interessante um observador tecnológico avisando o árbitro a respeito de irregularidades. Do mesmo modo que o árbitro, sempre que estiver em dúvida, também possa consultas as imagens. Dentro de uma dinâmica e tempo que não atrapalhem o jogo. E, se possível, com a mesma tranquilidade com que ele teve acesso às imagens. 

Embora eu imagine um árbitro, por exemplo, chegando à lateral do gramado da Bombonera em um clássico contra o River Plate para ver um suposto pênalti…

Ainda chegaremos a um ponto de equilíbrio. Ou não. 

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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