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Blog do Mauro Beting

Flamengo 4 x 2 Fluminense. RJ-91

Mauro Beting

05/05/2017 13h44

 

ESCREVE GUSTAVO ROMAN

 

O vovô e seus garotos- Flamengo 4×2 Fluminense 1991

O carioca de 91 foi especial para o torcedor rubro-negro. Zico havia se aposentado no ano anterior. Cabia a Júnior agora comandar uma talentosa geração de pratas da casa. O Flamengo não era o favorito. O Botafogo, bicampeão, largava na frente entre as apostas dos especialistas.  Para surpresa geral, o campeão da Taça Guanabara foi o Fluminense, de Bobô e do técnico Edinho, que assim garantia vaga na disputa do título.

Na Taça Rio, Fla e bota disputaram palmo a palmo o troféu. As duas equipes chegaram empatadas em pontos a última rodada. O empate em dois a dois serviu para garantir o Flamengo como time de melhor campanha do campeonato. E já lhe dava um lugar num possível triangular final, na pior das hipóteses. Ao alvinegro só a vitória interessava no jogo extra. Deu Flamengo. Um a zero. Gol de Gaúcho. Os favoritos estavam eliminados.

Dessa forma, Flamengo e Fluminense partiram para grande final. A equipe da Gávea tinha um ponto de vantagem por ter somado o maior número de pontos durante a competição. Isso significava que os comandados de Carlinhos precisariam de três empates. Ou um empate e uma vitória.

Relaxe agora. Sente, apertem os cintos e embarque em mais essa viagem no túnel do tempo enquanto relembramos as duas partidas decisivas do Carioca de 91

Jogo 1 da decisão

Flamengo 1×1 Fluminense

Data: 15/12/1991   Local: Maracanã   Árbitro: Daniel Pomeroy   Público: 43.718

Gols: Ézio (de pênalti), aos 23 e Paulo Nunes, aos 25 do primeiro tempo

Flamengo: Gilmar, Charles, Júnior Baiano, Gottardo e Piá. Uidemar (Marquinhos), Júnior, Nélio e Zinho. Paulo Nunes (Marcelinho) e Gaúcho. Técnico: Carlinhos

Fluminense: Ricardo Pinto, Carlinhos Itaberá, Sandro, Júlio Alves e Marcelo Barreto. Pires, Marcelo Gomes, Ribamar (Marcelo Ribeiro) e Bobô (Vágner). Renato e Ézio. Técnico: Edinho

Precisando da vitória, o tricolor era mais vertical. Mais técnico, o fla tocava a bola, tentando achar os espaços na defesa adversária. Aos seis minutos, Marcelo Barreto foi avançando sem ser incomodado por Charles. Ele cruzou na cabeça de Ézio. A testada foi forte. Mas passou raspando a trave esquerda de Gilmar. Essa era a jogada preferida do flu.

A resposta rubro-negra veio aos 12. Nélio driblou Carlinhos Itaberá e cruzou. Gaúcho empurrou Sandro e cabeceou. Ricardo Pinto voou e espalmou para escanteio. Era impressionante como todas as bolas no meio de campo do Flamengo passavam pelos pés de Júnior. Ele carimbava todas as saídas de bola. Com a costumeira qualidade e precisão. Não a toca Parreira vinha lhe convocando para a renovada Seleção Brasileira. Mesmo com seus 37 anos. Aliás, taticamente, o time se portava para dar liberdade ao craque. Ofensivamente, era um 4-3-3. Defensivamente, um 4-5-1. Uidemar era o volante. Nélio voltava pela esquerda. Paulo Nunes pela direita. Zinho era o pulmão pelo meio. Tudo para que o capacete pudesse procurar os espaços mortos do campo. Esquema muito bem montado por Carlinhos.

Aos 23, Pires foi levando a bola. Bateu prensado. O rebote ficou com Bobô, já dentro da are. O baiano tentou dar o drible. Júnior Baiano veio deslizando no carrinho em uma de suas já famosas baianadas e derrubou o meio campista.  Pênalti claro. Ézio cobrou do lado direito de Gilmar e abriu o placar. Fluminense um a zero.

Não deu nem tempo de comemorar muito. Dois minutos depois, Júnior cobrou falta na segunda trave. Gaúcho ganhou no alto e desviou de cabeça. Paulo Nunes testou no contrapé de Ricardo Pinto e empatou a decisão. Um a um.

As equipes tiraram um pouco o pé. Fazia muito calor no Maracanã. Aos 36, Júnior recebeu de Zinho e deixou Gaúcho na cara do gol. Ele tocou na saída de Ricardo Pinto. A bola tinha endereço certo. Mas apareceu a cobertura salvadora de Júlio, que evitou a virada do Flamengo. Aos 39, Paulo Nunes avançou pela direita. Charles fez a ultrapassagem e cruzou. Gaúcho, para variar, ganhou no alto. Novamente o goleiro tricolor teve muito trabalho para defender.  O rubro negro foi melhor nos primeiros 45 minutos. Foram quatro chances criadas contra duas do tricolor.

Segundo Tempo

Para melhorar a marcação pelos lados o técnico Edinho inverteu os lados de Ribamar (agora na direita) e Renato (agora na esquerda). Aos 10, passe longo de Júnior. Gaúcho recebe no meio dos dois zagueiros, invade a área e toca. A bola bate nas pernas de Ricardo Pinto e não entra.

Só dava Flamengo. Aos 14, Zinho tocou para Paulo Nunes. Ele tentou a finalização. A bola explodiu em Júlio Alves e voltou para ele. O chute saiu forte, no alto. Ricardo Pinto fez mais uma defesa sensacional e desviou para escanteio. Um minuto depois, novamente Paulo bala chutou e o goleiro defendeu.

Vendo o domínio rubro negro, principalmente no setor do meio de campo, Edinho resolveu mexer na sua equipe. Aos 16, saiu Ribamar e entrou Marcelo Ribeiro.  Aos 20, a primeira chance tricolor. Renato cruzou da direita. Ézio, sozinho, testou para fora.

A intensidade do jogo baixou muito. Os times pareciam cansados. Aos 29, Carlinhos tirou Uidemar e pôs Marquinhos em campo. No minuto seguinte, Bobô deixou o campo para a entrada de Vágner. Aos 32, saiu Paulo Nunes para a entrada de Marcelinho.

Aos 36, Piá cruzou da esquerda. A zaga afastou mal, para a entrada da área. Nélio bateu de primeira. Ricardo Pinto quase se complicou, mas conseguiu a defesa antes de tomar um frango antológico, pelo meio das pernas.

O empate, apesar de bom resultado para o Flamengo, foi injusto. Na etapa final foram quatro chances criadas pelo rubro-negro contra apenas uma tricolor. Oito a três no total. Com dois pontos contra um na melhor de quatro, só o time da Gávea poderia ser campeão na quinta feira. Para isso, bastaria vencer a partida.

Segundo jogo da Final

Flamengo 4×2 Fluminense

Data: 19/12/1991   Local: Maracanã   Árbitro: Cláudio Vinicius Cerdeira   Público: 49.975

Cartões Vermelhos: Pires e Carlinhos Itaberá

Gols: Ézio, aos 37 do primeiro tempo. Uidemar, aos 12, Gaúcho, aos 25, Zinho, aos 32, Ézio, aos 33 e Júnior, aos 39 do segundo tempo

Flamengo: Gilmar, Charles, Júnior Baiano, Gottardo e Piá. Uidemar, Júnior, Nélio (Marcelinho) e Zinho. Paulo Nunes e Gaúcho. Técnico: Carlinhos

Fluminense: Ricardo Pinto, Carlinhos Itaberá, Sandro, Júlio Alves e Marcelo Barreto. Pires, Marcelo Gomes, Ribamar (Marcelo Ribeiro) e Renato. Bobô (Márcio) e Ézio. Técnico: Edinho

O jogo, lance a lance

Primeiro Tempo

Chovia muito no Maracanã. Por isso, menos de 50.000 pessoas foram ao estádio acompanhar o clássico. O campo pesado beneficiaria o tricolor, diziam os especialistas. Afinal, o mengo era um time leve, de muitos garotos e de toque de bola e técnica refinadas. Sem desfalques, as escalações eram as mesmas da partida anterior. E esta poderia ser a última partida da carreira de Júnior. O craque ainda não deixara claro se renovaria o contrato para mais uma temporada ou penduraria as chuteiras.

Aos seis, Júnior cobrou falta da meia direita. Gaúcho subiu e testou para fora, com perigo para Ricardo Pinto. No minuto seguinte nova oportunidade rubro-negra. Paulo Nunes cruzou. Nélio fura ao tentar bater de primeira. Mas fica com a sobra. Ele finaliza e Ricardo Pinto salva o Flu.

O jogo era nervoso e truncado. Entradas ríspidas de lado a lado. Até Júnior deu uma entrada forte em Bobô. Quando a bola rolava, o Flamengo era quem buscava o gol. Parecia que o Fluminense só queria se defender e adiar a decisão para o terceiro e derradeiro confronto.

Aos 29, Júnior cobrou escanteio da direita, de pé esquerdo. Gaúcho subiu sozinho e cabeceou rente a trave esquerda de Ricardo Pinto. O Flamengo saia com tudo para o ataque. E a defesa não era incomodada. Isso mudou aos 37 minutos. Renato cruzou da esquerda.Ézio se antecipou a Gottardo e cabeceou na trave. A bola voltou para o artilheiro tricolor que deu um toque de muita categoria encobrindo Gilmar que tentava se recuperar. Na primeira chance criada, Fluminense uma zero. Em termos de chances, três a um para o Flamengo ao final da etapa inicial.

Segundo Tempo

A torcida rubro negra resolveu entrar em campo e empurrar o time. Não parou de gritar desde que a partida recomeçou. No gramado os jogadores sentiam as boas vibrações e partiram para o ataque. Aos 11, Bobô torceu o tornozelo sozinho e foi substituído por Márcio. Era um mau sinal para os tricolores. No minuto seguinte, Piá tabelou com Zinho e cruzou. Uidemar se antecipou a Sandro e, de cabeça, empatou a partida. Um a um.

Ecoavam no Maracanã os gritos de "Dá-lhe, dá-lhe mengo, seremos campeões". Aos 17, Júnior deu um drible desconcertante em Carlinhos Itaberá e levou um pontapé. Cartão vermelho para o lateral do Fluminense. Imediatamente, Edinho sacou Ribamar e pôs Marcelo Ribeiro em campo para reforçar a marcação.

A pressão rubro negra era muito forte. Aos 25, Nélio lançou Piá. Ele olhou e cruzou na cabeça de Gaúcho. A testada saiu firme,  como manda o figurino, de cima para baixo. Era a virada do fla. Dois a um. Décimo sétimo gol do artilheiro do campeonato.

O Fluminense perdeu a cabeça. Aos 27, Pires deu uma entrada criminosa em Nélio. Foi justamente expulso por Cláudio Vinicius Cerdeira . Na confusão, Ézio empurrou o árbitro. Deveria ter levado o vermelho. Para não estragar o espetáculo, ganhou só o amarelo. Agora eram onze contra nove.

Estava fácil. Aos 32, passe longo para Nélio. Ele ajeitou de cabeça para Zinho pegar de primeira. Um pombo sem asas. Uma bomba. Um golaço. Três a um! O jogo era eletrizante. Um minuto depois, cruzamento de Renato. Júnior Baiano falha e fura o corte. Ézio domina e bate para diminuir. Três a dois. A torcida tricolor que já estava saindo do estádio deu meia volta e retornou. Ficaram a espera de um milagre.

Aos 39, o fecho com chave de ouro. Piá roubou a bola no campo de ataque. Júnior tabelou com Zinho que devolveu com açúcar para o capacete tocar e marcar o quarto gol do Flamengo. Era o gol do título. Do craque. De um dos maiores jogadores da história do clube.

Daí até o fim do clássico nada aconteceu. Ou nada mais importava. O que todos os presentes queriam era prestar as homenagens ao camisa cinco. Pediram e gritaram como loucos para que ele continuasse jogando. Graças aos deuses do futebol, ele seguiu com a carreira. E ainda o veríamos muitas vezes com o manto sagrado. Flamengo campeão Carioca de 1991. Sob o comando de um veterano craque. De um vovô garoto. E de seus jovens aprendizes.

 

 

 

 

O vovô e seus garotos- Flamengo 4×2 Fluminense 1991

O carioca de 91 foi especial para o torcedor rubro-negro. Zico havia se aposentado no ano anterior. Cabia a Júnior agora comandar uma talentosa geração de pratas da casa. O Flamengo não era o favorito. O Botafogo, bicampeão, largava na frente entre as apostas dos especialistas.  Para surpresa geral, o campeão da Taça Guanabara foi o Fluminense, de Bobô e do técnico Edinho, que assim garantia vaga na disputa do título.

Na Taça Rio, Fla e bota disputaram palmo a palmo o troféu. As duas equipes chegaram empatadas em pontos a última rodada. O empate em dois a dois serviu para garantir o Flamengo como time de melhor campanha do campeonato. E já lhe dava um lugar num possível triangular final, na pior das hipóteses. Ao alvinegro só a vitória interessava no jogo extra. Deu Flamengo. Um a zero. Gol de Gaúcho. Os favoritos estavam eliminados.

Dessa forma, Flamengo e Fluminense partiram para grande final. A equipe da Gávea tinha um ponto de vantagem por ter somado o maior número de pontos durante a competição. Isso significava que os comandados de Carlinhos precisariam de três empates. Ou um empate e uma vitória.

Relaxe agora. Sente, apertem os cintos e embarque em mais essa viagem no túnel do tempo enquanto relembramos as duas partidas decisivas do Carioca de 91

Jogo 1 da decisão

Flamengo 1×1 Fluminense

Data: 15/12/1991   Local: Maracanã   Árbitro: Daniel Pomeroy   Público: 43.718

Gols: Ézio (de pênalti), aos 23 e Paulo Nunes, aos 25 do primeiro tempo

Flamengo: Gilmar, Charles, Júnior Baiano, Gottardo e Piá. Uidemar (Marquinhos), Júnior, Nélio e Zinho. Paulo Nunes (Marcelinho) e Gaúcho. Técnico: Carlinhos

Fluminense: Ricardo Pinto, Carlinhos Itaberá, Sandro, Júlio Alves e Marcelo Barreto. Pires, Marcelo Gomes, Ribamar (Marcelo Ribeiro) e Bobô (Vágner). Renato e Ézio. Técnico: Edinho

Precisando da vitória, o tricolor era mais vertical. Mais técnico, o fla tocava a bola, tentando achar os espaços na defesa adversária. Aos seis minutos, Marcelo Barreto foi avançando sem ser incomodado por Charles. Ele cruzou na cabeça de Ézio. A testada foi forte. Mas passou raspando a trave esquerda de Gilmar. Essa era a jogada preferida do flu.

A resposta rubro-negra veio aos 12. Nélio driblou Carlinhos Itaberá e cruzou. Gaúcho empurrou Sandro e cabeceou. Ricardo Pinto voou e espalmou para escanteio. Era impressionante como todas as bolas no meio de campo do Flamengo passavam pelos pés de Júnior. Ele carimbava todas as saídas de bola. Com a costumeira qualidade e precisão. Não a toca Parreira vinha lhe convocando para a renovada Seleção Brasileira. Mesmo com seus 37 anos. Aliás, taticamente, o time se portava para dar liberdade ao craque. Ofensivamente, era um 4-3-3. Defensivamente, um 4-5-1. Uidemar era o volante. Nélio voltava pela esquerda. Paulo Nunes pela direita. Zinho era o pulmão pelo meio. Tudo para que o capacete pudesse procurar os espaços mortos do campo. Esquema muito bem montado por Carlinhos.

Aos 23, Pires foi levando a bola. Bateu prensado. O rebote ficou com Bobô, já dentro da are. O baiano tentou dar o drible. Júnior Baiano veio deslizando no carrinho em uma de suas já famosas baianadas e derrubou o meio campista.  Pênalti claro. Ézio cobrou do lado direito de Gilmar e abriu o placar. Fluminense um a zero.

Não deu nem tempo de comemorar muito. Dois minutos depois, Júnior cobrou falta na segunda trave. Gaúcho ganhou no alto e desviou de cabeça. Paulo Nunes testou no contrapé de Ricardo Pinto e empatou a decisão. Um a um.

As equipes tiraram um pouco o pé. Fazia muito calor no Maracanã. Aos 36, Júnior recebeu de Zinho e deixou Gaúcho na cara do gol. Ele tocou na saída de Ricardo Pinto. A bola tinha endereço certo. Mas apareceu a cobertura salvadora de Júlio, que evitou a virada do Flamengo. Aos 39, Paulo Nunes avançou pela direita. Charles fez a ultrapassagem e cruzou. Gaúcho, para variar, ganhou no alto. Novamente o goleiro tricolor teve muito trabalho para defender.  O rubro negro foi melhor nos primeiros 45 minutos. Foram quatro chances criadas contra duas do tricolor.

Segundo Tempo

Para melhorar a marcação pelos lados o técnico Edinho inverteu os lados de Ribamar (agora na direita) e Renato (agora na esquerda). Aos 10, passe longo de Júnior. Gaúcho recebe no meio dos dois zagueiros, invade a área e toca. A bola bate nas pernas de Ricardo Pinto e não entra.

Só dava Flamengo. Aos 14, Zinho tocou para Paulo Nunes. Ele tentou a finalização. A bola explodiu em Júlio Alves e voltou para ele. O chute saiu forte, no alto. Ricardo Pinto fez mais uma defesa sensacional e desviou para escanteio. Um minuto depois, novamente Paulo bala chutou e o goleiro defendeu.

Vendo o domínio rubro negro, principalmente no setor do meio de campo, Edinho resolveu mexer na sua equipe. Aos 16, saiu Ribamar e entrou Marcelo Ribeiro.  Aos 20, a primeira chance tricolor. Renato cruzou da direita. Ézio, sozinho, testou para fora.

A intensidade do jogo baixou muito. Os times pareciam cansados. Aos 29, Carlinhos tirou Uidemar e pôs Marquinhos em campo. No minuto seguinte, Bobô deixou o campo para a entrada de Vágner. Aos 32, saiu Paulo Nunes para a entrada de Marcelinho.

Aos 36, Piá cruzou da esquerda. A zaga afastou mal, para a entrada da área. Nélio bateu de primeira. Ricardo Pinto quase se complicou, mas conseguiu a defesa antes de tomar um frango antológico, pelo meio das pernas.

O empate, apesar de bom resultado para o Flamengo, foi injusto. Na etapa final foram quatro chances criadas pelo rubro-negro contra apenas uma tricolor. Oito a três no total. Com dois pontos contra um na melhor de quatro, só o time da Gávea poderia ser campeão na quinta feira. Para isso, bastaria vencer a partida.

Segundo jogo da Final

Flamengo 4×2 Fluminense

Data: 19/12/1991   Local: Maracanã   Árbitro: Cláudio Vinicius Cerdeira   Público: 49.975

Cartões Vermelhos: Pires e Carlinhos Itaberá

Gols: Ézio, aos 37 do primeiro tempo. Uidemar, aos 12, Gaúcho, aos 25, Zinho, aos 32, Ézio, aos 33 e Júnior, aos 39 do segundo tempo

Flamengo: Gilmar, Charles, Júnior Baiano, Gottardo e Piá. Uidemar, Júnior, Nélio (Marcelinho) e Zinho. Paulo Nunes e Gaúcho. Técnico: Carlinhos

Fluminense: Ricardo Pinto, Carlinhos Itaberá, Sandro, Júlio Alves e Marcelo Barreto. Pires, Marcelo Gomes, Ribamar (Marcelo Ribeiro) e Renato. Bobô (Márcio) e Ézio. Técnico: Edinho

O jogo, lance a lance

Primeiro Tempo

Chovia muito no Maracanã. Por isso, menos de 50.000 pessoas foram ao estádio acompanhar o clássico. O campo pesado beneficiaria o tricolor, diziam os especialistas. Afinal, o mengo era um time leve, de muitos garotos e de toque de bola e técnica refinadas. Sem desfalques, as escalações eram as mesmas da partida anterior. E esta poderia ser a última partida da carreira de Júnior. O craque ainda não deixara claro se renovaria o contrato para mais uma temporada ou penduraria as chuteiras.

Aos seis, Júnior cobrou falta da meia direita. Gaúcho subiu e testou para fora, com perigo para Ricardo Pinto. No minuto seguinte nova oportunidade rubro-negra. Paulo Nunes cruzou. Nélio fura ao tentar bater de primeira. Mas fica com a sobra. Ele finaliza e Ricardo Pinto salva o Flu.

O jogo era nervoso e truncado. Entradas ríspidas de lado a lado. Até Júnior deu uma entrada forte em Bobô. Quando a bola rolava, o Flamengo era quem buscava o gol. Parecia que o Fluminense só queria se defender e adiar a decisão para o terceiro e derradeiro confronto.

Aos 29, Júnior cobrou escanteio da direita, de pé esquerdo. Gaúcho subiu sozinho e cabeceou rente a trave esquerda de Ricardo Pinto. O Flamengo saia com tudo para o ataque. E a defesa não era incomodada. Isso mudou aos 37 minutos. Renato cruzou da esquerda.Ézio se antecipou a Gottardo e cabeceou na trave. A bola voltou para o artilheiro tricolor que deu um toque de muita categoria encobrindo Gilmar que tentava se recuperar. Na primeira chance criada, Fluminense uma zero. Em termos de chances, três a um para o Flamengo ao final da etapa inicial.

Segundo Tempo

A torcida rubro negra resolveu entrar em campo e empurrar o time. Não parou de gritar desde que a partida recomeçou. No gramado os jogadores sentiam as boas vibrações e partiram para o ataque. Aos 11, Bobô torceu o tornozelo sozinho e foi substituído por Márcio. Era um mau sinal para os tricolores. No minuto seguinte, Piá tabelou com Zinho e cruzou. Uidemar se antecipou a Sandro e, de cabeça, empatou a partida. Um a um.

Ecoavam no Maracanã os gritos de "Dá-lhe, dá-lhe mengo, seremos campeões". Aos 17, Júnior deu um drible desconcertante em Carlinhos Itaberá e levou um pontapé. Cartão vermelho para o lateral do Fluminense. Imediatamente, Edinho sacou Ribamar e pôs Marcelo Ribeiro em campo para reforçar a marcação.

A pressão rubro negra era muito forte. Aos 25, Nélio lançou Piá. Ele olhou e cruzou na cabeça de Gaúcho. A testada saiu firme,  como manda o figurino, de cima para baixo. Era a virada do fla. Dois a um. Décimo sétimo gol do artilheiro do campeonato.

O Fluminense perdeu a cabeça. Aos 27, Pires deu uma entrada criminosa em Nélio. Foi justamente expulso por Cláudio Vinicius Cerdeira . Na confusão, Ézio empurrou o árbitro. Deveria ter levado o vermelho. Para não estragar o espetáculo, ganhou só o amarelo. Agora eram onze contra nove.

Estava fácil. Aos 32, passe longo para Nélio. Ele ajeitou de cabeça para Zinho pegar de primeira. Um pombo sem asas. Uma bomba. Um golaço. Três a um! O jogo era eletrizante. Um minuto depois, cruzamento de Renato. Júnior Baiano falha e fura o corte. Ézio domina e bate para diminuir. Três a dois. A torcida tricolor que já estava saindo do estádio deu meia volta e retornou. Ficaram a espera de um milagre.

Aos 39, o fecho com chave de ouro. Piá roubou a bola no campo de ataque. Júnior tabelou com Zinho que devolveu com açúcar para o capacete tocar e marcar o quarto gol do Flamengo. Era o gol do título. Do craque. De um dos maiores jogadores da história do clube.

Daí até o fim do clássico nada aconteceu. Ou nada mais importava. O que todos os presentes queriam era prestar as homenagens ao camisa cinco. Pediram e gritaram como loucos para que ele continuasse jogando. Graças aos deuses do futebol, ele seguiu com a carreira. E ainda o veríamos muitas vezes com o manto sagrado. Flamengo campeão Carioca de 1991. Sob o comando de um veterano craque. De um vovô garoto. E de seus jovens aprendizes.

 

 

 

 

O vovô e seus garotos- Flamengo 4×2 Fluminense 1991

O carioca de 91 foi especial para o torcedor rubro-negro. Zico havia se aposentado no ano anterior. Cabia a Júnior agora comandar uma talentosa geração de pratas da casa. O Flamengo não era o favorito. O Botafogo, bicampeão, largava na frente entre as apostas dos especialistas.  Para surpresa geral, o campeão da Taça Guanabara foi o Fluminense, de Bobô e do técnico Edinho, que assim garantia vaga na disputa do título.

Na Taça Rio, Fla e bota disputaram palmo a palmo o troféu. As duas equipes chegaram empatadas em pontos a última rodada. O empate em dois a dois serviu para garantir o Flamengo como time de melhor campanha do campeonato. E já lhe dava um lugar num possível triangular final, na pior das hipóteses. Ao alvinegro só a vitória interessava no jogo extra. Deu Flamengo. Um a zero. Gol de Gaúcho. Os favoritos estavam eliminados.

Dessa forma, Flamengo e Fluminense partiram para grande final. A equipe da Gávea tinha um ponto de vantagem por ter somado o maior número de pontos durante a competição. Isso significava que os comandados de Carlinhos precisariam de três empates. Ou um empate e uma vitória.

Relaxe agora. Sente, apertem os cintos e embarque em mais essa viagem no túnel do tempo enquanto relembramos as duas partidas decisivas do Carioca de 91

Jogo 1 da decisão

Flamengo 1×1 Fluminense

Data: 15/12/1991   Local: Maracanã   Árbitro: Daniel Pomeroy   Público: 43.718

Gols: Ézio (de pênalti), aos 23 e Paulo Nunes, aos 25 do primeiro tempo

Flamengo: Gilmar, Charles, Júnior Baiano, Gottardo e Piá. Uidemar (Marquinhos), Júnior, Nélio e Zinho. Paulo Nunes (Marcelinho) e Gaúcho. Técnico: Carlinhos

Fluminense: Ricardo Pinto, Carlinhos Itaberá, Sandro, Júlio Alves e Marcelo Barreto. Pires, Marcelo Gomes, Ribamar (Marcelo Ribeiro) e Bobô (Vágner). Renato e Ézio. Técnico: Edinho

Precisando da vitória, o tricolor era mais vertical. Mais técnico, o fla tocava a bola, tentando achar os espaços na defesa adversária. Aos seis minutos, Marcelo Barreto foi avançando sem ser incomodado por Charles. Ele cruzou na cabeça de Ézio. A testada foi forte. Mas passou raspando a trave esquerda de Gilmar. Essa era a jogada preferida do flu.

A resposta rubro-negra veio aos 12. Nélio driblou Carlinhos Itaberá e cruzou. Gaúcho empurrou Sandro e cabeceou. Ricardo Pinto voou e espalmou para escanteio. Era impressionante como todas as bolas no meio de campo do Flamengo passavam pelos pés de Júnior. Ele carimbava todas as saídas de bola. Com a costumeira qualidade e precisão. Não a toca Parreira vinha lhe convocando para a renovada Seleção Brasileira. Mesmo com seus 37 anos. Aliás, taticamente, o time se portava para dar liberdade ao craque. Ofensivamente, era um 4-3-3. Defensivamente, um 4-5-1. Uidemar era o volante. Nélio voltava pela esquerda. Paulo Nunes pela direita. Zinho era o pulmão pelo meio. Tudo para que o capacete pudesse procurar os espaços mortos do campo. Esquema muito bem montado por Carlinhos.

Aos 23, Pires foi levando a bola. Bateu prensado. O rebote ficou com Bobô, já dentro da are. O baiano tentou dar o drible. Júnior Baiano veio deslizando no carrinho em uma de suas já famosas baianadas e derrubou o meio campista.  Pênalti claro. Ézio cobrou do lado direito de Gilmar e abriu o placar. Fluminense um a zero.

Não deu nem tempo de comemorar muito. Dois minutos depois, Júnior cobrou falta na segunda trave. Gaúcho ganhou no alto e desviou de cabeça. Paulo Nunes testou no contrapé de Ricardo Pinto e empatou a decisão. Um a um.

As equipes tiraram um pouco o pé. Fazia muito calor no Maracanã. Aos 36, Júnior recebeu de Zinho e deixou Gaúcho na cara do gol. Ele tocou na saída de Ricardo Pinto. A bola tinha endereço certo. Mas apareceu a cobertura salvadora de Júlio, que evitou a virada do Flamengo. Aos 39, Paulo Nunes avançou pela direita. Charles fez a ultrapassagem e cruzou. Gaúcho, para variar, ganhou no alto. Novamente o goleiro tricolor teve muito trabalho para defender.  O rubro negro foi melhor nos primeiros 45 minutos. Foram quatro chances criadas contra duas do tricolor.

Segundo Tempo

Para melhorar a marcação pelos lados o técnico Edinho inverteu os lados de Ribamar (agora na direita) e Renato (agora na esquerda). Aos 10, passe longo de Júnior. Gaúcho recebe no meio dos dois zagueiros, invade a área e toca. A bola bate nas pernas de Ricardo Pinto e não entra.

Só dava Flamengo. Aos 14, Zinho tocou para Paulo Nunes. Ele tentou a finalização. A bola explodiu em Júlio Alves e voltou para ele. O chute saiu forte, no alto. Ricardo Pinto fez mais uma defesa sensacional e desviou para escanteio. Um minuto depois, novamente Paulo bala chutou e o goleiro defendeu.

Vendo o domínio rubro negro, principalmente no setor do meio de campo, Edinho resolveu mexer na sua equipe. Aos 16, saiu Ribamar e entrou Marcelo Ribeiro.  Aos 20, a primeira chance tricolor. Renato cruzou da direita. Ézio, sozinho, testou para fora.

A intensidade do jogo baixou muito. Os times pareciam cansados. Aos 29, Carlinhos tirou Uidemar e pôs Marquinhos em campo. No minuto seguinte, Bobô deixou o campo para a entrada de Vágner. Aos 32, saiu Paulo Nunes para a entrada de Marcelinho.

Aos 36, Piá cruzou da esquerda. A zaga afastou mal, para a entrada da área. Nélio bateu de primeira. Ricardo Pinto quase se complicou, mas conseguiu a defesa antes de tomar um frango antológico, pelo meio das pernas.

O empate, apesar de bom resultado para o Flamengo, foi injusto. Na etapa final foram quatro chances criadas pelo rubro-negro contra apenas uma tricolor. Oito a três no total. Com dois pontos contra um na melhor de quatro, só o time da Gávea poderia ser campeão na quinta feira. Para isso, bastaria vencer a partida.

Segundo jogo da Final

Flamengo 4×2 Fluminense

Data: 19/12/1991   Local: Maracanã   Árbitro: Cláudio Vinicius Cerdeira   Público: 49.975

Cartões Vermelhos: Pires e Carlinhos Itaberá

Gols: Ézio, aos 37 do primeiro tempo. Uidemar, aos 12, Gaúcho, aos 25, Zinho, aos 32, Ézio, aos 33 e Júnior, aos 39 do segundo tempo

Flamengo: Gilmar, Charles, Júnior Baiano, Gottardo e Piá. Uidemar, Júnior, Nélio (Marcelinho) e Zinho. Paulo Nunes e Gaúcho. Técnico: Carlinhos

Fluminense: Ricardo Pinto, Carlinhos Itaberá, Sandro, Júlio Alves e Marcelo Barreto. Pires, Marcelo Gomes, Ribamar (Marcelo Ribeiro) e Renato. Bobô (Márcio) e Ézio. Técnico: Edinho

O jogo, lance a lance

Primeiro Tempo

Chovia muito no Maracanã. Por isso, menos de 50.000 pessoas foram ao estádio acompanhar o clássico. O campo pesado beneficiaria o tricolor, diziam os especialistas. Afinal, o mengo era um time leve, de muitos garotos e de toque de bola e técnica refinadas. Sem desfalques, as escalações eram as mesmas da partida anterior. E esta poderia ser a última partida da carreira de Júnior. O craque ainda não deixara claro se renovaria o contrato para mais uma temporada ou penduraria as chuteiras.

Aos seis, Júnior cobrou falta da meia direita. Gaúcho subiu e testou para fora, com perigo para Ricardo Pinto. No minuto seguinte nova oportunidade rubro-negra. Paulo Nunes cruzou. Nélio fura ao tentar bater de primeira. Mas fica com a sobra. Ele finaliza e Ricardo Pinto salva o Flu.

O jogo era nervoso e truncado. Entradas ríspidas de lado a lado. Até Júnior deu uma entrada forte em Bobô. Quando a bola rolava, o Flamengo era quem buscava o gol. Parecia que o Fluminense só queria se defender e adiar a decisão para o terceiro e derradeiro confronto.

Aos 29, Júnior cobrou escanteio da direita, de pé esquerdo. Gaúcho subiu sozinho e cabeceou rente a trave esquerda de Ricardo Pinto. O Flamengo saia com tudo para o ataque. E a defesa não era incomodada. Isso mudou aos 37 minutos. Renato cruzou da esquerda.Ézio se antecipou a Gottardo e cabeceou na trave. A bola voltou para o artilheiro tricolor que deu um toque de muita categoria encobrindo Gilmar que tentava se recuperar. Na primeira chance criada, Fluminense uma zero. Em termos de chances, três a um para o Flamengo ao final da etapa inicial.

Segundo Tempo

A torcida rubro negra resolveu entrar em campo e empurrar o time. Não parou de gritar desde que a partida recomeçou. No gramado os jogadores sentiam as boas vibrações e partiram para o ataque. Aos 11, Bobô torceu o tornozelo sozinho e foi substituído por Márcio. Era um mau sinal para os tricolores. No minuto seguinte, Piá tabelou com Zinho e cruzou. Uidemar se antecipou a Sandro e, de cabeça, empatou a partida. Um a um.

Ecoavam no Maracanã os gritos de "Dá-lhe, dá-lhe mengo, seremos campeões". Aos 17, Júnior deu um drible desconcertante em Carlinhos Itaberá e levou um pontapé. Cartão vermelho para o lateral do Fluminense. Imediatamente, Edinho sacou Ribamar e pôs Marcelo Ribeiro em campo para reforçar a marcação.

A pressão rubro negra era muito forte. Aos 25, Nélio lançou Piá. Ele olhou e cruzou na cabeça de Gaúcho. A testada saiu firme,  como manda o figurino, de cima para baixo. Era a virada do fla. Dois a um. Décimo sétimo gol do artilheiro do campeonato.

O Fluminense perdeu a cabeça. Aos 27, Pires deu uma entrada criminosa em Nélio. Foi justamente expulso por Cláudio Vinicius Cerdeira . Na confusão, Ézio empurrou o árbitro. Deveria ter levado o vermelho. Para não estragar o espetáculo, ganhou só o amarelo. Agora eram onze contra nove.

Estava fácil. Aos 32, passe longo para Nélio. Ele ajeitou de cabeça para Zinho pegar de primeira. Um pombo sem asas. Uma bomba. Um golaço. Três a um! O jogo era eletrizante. Um minuto depois, cruzamento de Renato. Júnior Baiano falha e fura o corte. Ézio domina e bate para diminuir. Três a dois. A torcida tricolor que já estava saindo do estádio deu meia volta e retornou. Ficaram a espera de um milagre.

Aos 39, o fecho com chave de ouro. Piá roubou a bola no campo de ataque. Júnior tabelou com Zinho que devolveu com açúcar para o capacete tocar e marcar o quarto gol do Flamengo. Era o gol do título. Do craque. De um dos maiores jogadores da história do clube.

Daí até o fim do clássico nada aconteceu. Ou nada mais importava. O que todos os presentes queriam era prestar as homenagens ao camisa cinco. Pediram e gritaram como loucos para que ele continuasse jogando. Graças aos deuses do futebol, ele seguiu com a carreira. E ainda o veríamos muitas vezes com o manto sagrado. Flamengo campeão Carioca de 1991. Sob o comando de um veterano craque. De um vovô garoto. E de seus jovens aprendizes.

 

 

 

ESCREVEU GUSTAVO ROMAN

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre o Autor

Mauro Beting é comentarista do Esporte Interativo e da rádio Jovem Pan, blogueiro do UOL, comentarista do videogame PES desde 2010. Escreveu 17 livros, e dirigiu três documentários para cinema e TV. Curador do Museu da Seleção Brasileira, um dos curadores do Museu Pelé. Trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Agora S.Paulo e Lance!, nas rádios Gazeta, Trianon e Bandeirantes, nas TVs Gazeta, Sportv, Band, PSN, Cultura, Record, Bandsports, Foxsports, nos portais PSN, Americaonline e Yahoo!, e colaborou nas revistas Placar, Trivela e Fut! Lance. Está na imprensa esportiva há 28 anos por ser torcedor há 52. Torce por um jornalismo sério, mas corneta o jornalista que se leva muito a sério

Sobre o Blog

O blog fala, vê, ouve, conta, canta, comenta, corneta, critica, sorri, chora, come, bebe, sofre, sua e vive o nosso futebol. Quem vive de passado é quem tem história para contar. Ele tem a pretensão de dar reload no que ouvi e li e vi e fazer a tabelinha entre passado e presente para dar um toque no futuro.

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