As nossas doces crianças Axl Rose e Zé Roberto
Zé Roberto, 43, o cara que faz funcional de manhã na academia e é o último a sair do treino nas tardes da Academia, vai para o clássico entre Palmeiras x Santos com o mesmo pique, vigor e humildade desde 1994.
Axl Rose, 55, o cara que há 29 anos canta a respeito da doce criança dele, definitivamente não é um Zé Roberto na questão física. Anos de química pesada e anatomia heavy-metal o levaram a ser (mais uma vez) chacota balofa e acabada na performance no RiR. Mesmo que tenha feito show mais longo do que os espetáculos de Zé Roberto na carreira exemplar e longeva.
O problema não é apenas dos jovens imaturos que não respeitam nem o dia em que eles sairão das espinhas do rosto aos espinhos do Rose. Maior problema ainda somos nós que temos quase a mesma idade e mal olhamos (ou cabemos) no espelho detonando a imagem alheia. Tão alheios à nossa própria.
Detonar o roqueiro caído, a atriz botocada, o artista encarquilhado, o desrespeito botocudo é esporte para todas as idades. Esporro nem adianta para quem não entende que adiante você é o ponto de referência: "o banheiro é ali do lado daquele velho caído".
É você daqui uns tempos. É você o que já temos.
Não respeitar quem tem história não é só atributo que paga quem não a terá. É maldade que não tem idade. É desapontar pra própria imagem. É não olhar além da aparência. É se levar pelo que é agora é pode só ser da hora. Não da história.
Quando você estiver no estádio e eventualmente o Zé Roberto não puder acompanhar na corrida quem quer que seja, lembre minimamente a correria dele desde 1994. O esforço dele ainda maior para estar em campo aos 43 anos honrando a sua camisa. O seu clube. A sua história.
Quando no ônibus, na rua, no trampo ou na escola você vir alguém sorrindo e suando como o Zé Roberto, cante em voz baixa SWEET CHILD O'MINE.
Eles merecem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.