Devair e o Santos de 2017
Deva, lembro a última transmissão que fizemos juntos, pelo Fox Sports, no Rio de Janeiro. Você cansado de tantas viagens até a sua Rio Preto. Mas animado pela chance de voltar a narrar em televisão.
Aquela dúvida do que fazer. Mas aquela certeza que sempre passou de tentar fazer o melhor possível nas duas casas. A de trabalho e o lar. Como o time dono do coração do Devair. O Santos da Vila e do Pacaembu, do Maracanã bicampeão mundial ao Morumbi. O Santos de varias capitais e caras. O seu Santos.
O time que manteve a base de 2016 para 2017. Dorival Júnior. Ela foi reforçada. E bem. Mesmo perdendo a dupla de zaga titular por péssimo tempo, os reservas deram conta do riscado. Mas só eles. Os regularíssimos Renato e Ricardo Oliveira não puderam jogar tantas vezes. Lucas Lima jogou com menos dores no começo do ano mas largou tudo no final da temporada. Como o time foi se largando e sendo largado.
Dorival foi derrubado depois de desempenhos decepcionantes e a queda antecipada no SP-17 diante da Ponte Preta. Levir Culpi chegou e manteve o Santos jogando pouco. E mais atrás. Mas ganhando mais do que o imaginado. Só foi perder um jogo na Libertadores quando eliminado em casa para o Barcelona equatoriano. E desde então se perdeu até a queda de Levir.
Mas, no final, faltando uma rodada, o Santos ainda pode ser mais uma vez vice-campeão. Ainda não é o que foi oito vezes no Brasil. Mas não é ruim. Longe disso. Mas foi pouco futebol. Sempre pareceu que poderia fazer mais. Jogar mais. Mas não jogou.
Foi um 2017 estranho na Vila Belmiro. Como serão todos os próximos anos só com você na foto nas cabines. Deva tão bom narrador quanto pessoa. Deva que era Santos. Mas, ao microfone, era Corinthians, Palmeiras, São Paulo, América, Rio Preto, Flamengo. Todas as camisas e cores. Todos os gols do Pavarotti do dial e da TV.
Você partiu como todos antes daquela montanha em Medellín. Fazendo o que amava. Por você e pelos seus. Por eles até fazendo muito mais do que poderia. Pensando no que fazer da vida depois daquela partida.
Não deu tempo. Vai fazer um ano. E farão todos eles pra sempre com a gente olhando para as cabines da Vila e vendo não apenas uma fotografia na parede. Mas um cara legal.
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