Das voltas que o mundo dá: Palmeiras 3 x 1 Santo André.
"Um dia eu vou contar aos meus filhos que eu vi a torcida do Palmeiras comemorando um gol de Lucas Lima". Uma das tantas tuitadas da corneta palestrina depois do segundo gol verde, numa estreia até então complicada em 2018.
"PQP! Não sei como reagir a gol do Lucas Lima" era outra, aos 36, logo depois de Jailson fazer boa defesa na quarta chegada andreense. Mesmo depois do primeiro gol do ótimo e necessário Willian, aos 27, na primeira boa chegada palmeirense, o Santo André ainda era mais perigoso.
"Metade do cérebro PUTO pq é o Lucas Lima e a outra metade comemorando gol do Lucas Lima. Como reagir a isso"? perguntava outra torcedora, depois da bela pancada de LL, pegando de fora da área um rebote de chute esfomeado de Borja (que fez uma de suas melhores e mais participativas partidas pelo clube – o que também não era difícil…).
O Palmeiras sofria até fazer dois gols em nove minutos. E pouco fez no reinício de jogo. Também porque Sérgio Soares mexeu bem no Santo André que diminuiu aos 12 com João Lucas, em belo lance de Joãozinho para cima de Marcos Rocha (discreto e sem ritmo) e Antonio Carlos (que vinha bem).
Aos 19, duas bolas na trave de Jailson (sempre muito bem) num só lance acordaram Roger. Bruno Henrique entrou para substituir Tchê Tchê e dar um pé a Felipe Melo (muito bem na saída a três na primeira etapa, nas inversões de jogo e na proteção à zaga). O cansado Dudu deu lugar na sequência a Keno. E o melhor custo-benefício de 2017 manteve o pique.
O Palmeiras equilibrou e voltou a chegar à frente. Aos 37, Keno fez um daqueles lances que parecem que não vão rolar. Mas ele consegue se livrar sabe-se lá como do marcador e manda na trave. A bola é aliviada. Mas ele não alivia. Lucas Lima faz a parceria e bela tabela, Keno limpa o lance e amplia, no mesmo minuto.
3 a 1 merecido. Mas apertado. Ainda falta ritmo. Entrosamento. Melhor condição física. Tudo muito natural para começo de temporada e sem uma pré-temporada decente. Ainda mais contra rival bem estruturado. Ainda mais para um time ainda sem a melhor zaga definida, e sem Diogo Barbosa, Moisés e Gustavo Scarpa.
Normal.
Anormal, apenas, é como Keno segue se superando. E como a vida vira. Como o Lucas Lima que ninguém queria pintado de verde começou muito bem. Jogando com naturalidade. Como se tivesse nascido no Palestra. Com toda a qualidade que tem. E a disposição que não mostrou nos últimos meses na Vila.
Como disse o locutor do Allianz Marcos Costi ao anunciar antes do jogo o melhor em campo: "das voltas que o mundo dá… O nosso camisa 20: Lucas Lima!"
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