O clássico argentino
ESCREVE GABO VIEIRA
O futebol argentino viveu uma noite de gala nesta quarta-feira. Apenas pela segunda vez na história, Boca Juniors e River Plate, os eternos rivais do Rio da Prata, se enfrentaram em uma final de campeonato. Ao final dos noventa minutos de frenesi vividos no estádio Malvinas Argentinas, em Mendoza, a festa ficou por conta do River, que conquistou uma categórica vitória por 2 a 0 e faturou o título da Supercopa Argentina.
Um túnel acanhado, um vestiário apertado e, de repente, a explosão. A terra tremeu quando Xeneizes e Millonarios surgiram no gramado, exatamente às nove da noite no horário local. A torcida que desde as primeiras horas da manhã chegava à Mendoza, a mais de mil quilômetros de Buenos Aires, coloriu o estádio de azul, amarelo, vermelho e branco.
A cantoria ensurdecedora acabou por ditar o ritmo da partida, disputada a mil por hora desde o princípio. Se as equipes se igualavam na tradicional raça portenha, o River logo se revelou mais consciente com a bola nos pés. Superioridade logo refletida no placar. Aos 16 minutos, Nacho Fernández tabelou com Pity Martínez e foi derrubado por Cardona na grande área. Pênalti convertido pelo próprio Pity: 1 a 0.
O Boca demonstrou a esperada valentia para buscar do empate, mas muito correu e pouco pensou durante a primeira etapa. A melhor oportunidade veio no abafa, em uma bola aérea cortada por Montiel no último instante. Já o River, melhor encaixado na marcação, atacava com precisão e por pouco não ampliou em um surpreendente arremate de Pity Martínez.
Se os Millonarios quase não sofreram nos primeiros 45 minutos, o início do segundo tempo foi de pânico total. O técnico Barros Schelotto mandou os Xeneizes para frente e só não foi recompensado porque o goleiro Franco Armani empilhou uma sequência de milagres em finalizações de Pavón e Nández.
Armani seguiu realizando grandes defesas que acabariam por lhe valer o título de melhor jogador da decisão. A principal delas veio aos 23 minutos, quando Cardona deixou Fabri na cara do gol e o arqueiro fechou a porta com uma saída arrojada. A pressão intensa criou a sensação de que a vantagem do River estava prestes a ruir.
Marcelo Gallardo, porém, tinha outros planos. O treinador do River lançou Ignacio Scocco no lugar de Lucas Pratto, que pouco produziu. Um minuto depois, Nacho Fernández puxou um contragolpe com maestria e passou a bola para Pity Martínez entortar a marcação na grande área. O camisa 10 rolou na medida para Scocco bater de primeira e decretar a festa da Banda Roja: 2 a 0.
Comandado por Carlitos Tévez, o Boca ainda se lançou desesperado ao ataque, mas nada funcionou. Ao pé da Cordilheira dos Andes, o River viveu uma noite monumental. Pela primeira vez em seus ricos 116 anos de história, os Millonarios sentiram o prazer de festejar um título sobre os maiores rivais.
ESCREVEU GABO VIEIRA
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