Que bonito é... Grêmio 4 x 5 Fluminense.
No sábado fiz algo que não me arrependo, mas peço desculpas aos colegas que se sentiram ofendidos. Reitero que a treta é entre pessoas jurídicas. E jamais deve afetar mais do que pessoas físicas: pessoas humanas. Paz aos torcedores de boa vontade. E democracia e liberdade de expressão, imprensa e de empresa para todos.
Mas, no domingo, começo de noite, palpiteiros amadores e profissionais infestaram redes sociais e grupos de WhatsApp liberando a guilhotina em Fernando Diniz com os 3 a 0 do Grêmio contra o Fluminense. Especialmente pelo belíssimo terceiro gol gaúcho que deixou prostrada a então desorganizada zaga carioca.
O Flu ainda terminou o primeiro tempo diminuindo o prejuízo, quando infelicidade do goleiro Júlio Cesar deu no segundo gol. Essa mania besta de goleiro querer ser Iniesta pra passar ou Messi pra driblar na área. Não pode. Não deve. Mesmo quem sabe não dribla ali. Lances como esses fazem os treinadores que propõe o jogo bem jogado serem julgados aí sim com justiça.
Mas não perseguidos como muitos amam não gostar de Diniz, Sampaoli e Osório que não merecem nem ser tão detonados e perseguidos – como também não merecem ser incensados como os descobridores dos sete mares e do campo de jogo.
Criamos torcedores de treinadores, CEOs, cartolas, preparadores físicos, jornalistas, youtubbers, emissoras. Claro que devemos e podemos ter gostos e afinidades tanto quanto desgostos e falta de química, física e técnica.
Mas não podemos deixar de enxergar a beleza de um 3 a 0 que virou 3 a 4, empatou 4 a 4, e terminou com um histórico 5 a 4. Com pelo menos 7 gols de méritos. Lances bem executados e/ou treinados nesse jogo que não se controla. Mas se estuda e se trabalha.
O "espetáculo pirotécnico de gols" de Palmeiras 6 x 7 Santos em 1958 tinha Mazzola x Pelé, e também frangos e falhas dos dois lados. Também por isso foi histórico. Mágico. Teve erros. Mas muito mais acertos.
Este 4 x 5 também vai ficar. Mais do que os erros. E muito mais do que a torcida pra que dê errado para quem tentar propor mais. Jogar mais com a bola. Atacar mais.
Diniz pode cair, sei lá, em quatro rodadas. A campanha ainda é pior do que o desempenho. Mas compatível com as limitações do elenco que ele tem. E que ele busca qualificar e classificar correndo os riscos inerentes ao jogo e à escola do futebol que é possível melhorar.
Mudar pra melhor. Mudar pra aquilo que somos.
Jamais vou entender quem torce pelo pior (sem ser o próprio time). Pode até distorcer pelo apreço desmedido de não poucos que defendem os diferentes até o limite do indefensável.
Mas são treinadores como Diniz que deixam jogos assim. E treinadores melhores como Renato que conseguem ganhar assim. Até quando perdem dois jogos malucos como foram as derrotas em casa para Santos e Fluminense.
Ainda melhor: ambos aplaudiram o jogo. Sem jogar aos erros o placar elástico. Sem responsabilizar as falhas pelos gols.
Não poucos treinadores não gostam de 5 a 4 mesmo a favor. Carlos Bilardo, campeão do mundo em 1986, em vez de celebrar o bi albiceleste no México, ficou pelo vestiário argentino reclamando dos dois gols marcados pela Alemanha…
Melhor entender e pensar o jogo como algo aleatório. E pra frente que como se anda e se pode jogar.
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