Jesus pendurado no poste da Emelec. 2 x 0 Flamengo.
Não Religião era uma banda de rock oitentista cujo maior sucesso foi JESUS CRUCIFICADO NO POSTE DA LIGHT.
Light era a companhia de força e luz do Rio. Como é a Emelec no Equador.
Deu apagão em Guaiaquil.
Jorge Jesus mal chegou e já está sendo pregado na cruz pelas orelhas ao insistir em não escalar o melhor volante que tem, ao reinventar Rodinei na lateral em jogo fora de casa (contra Emelec que não vencia em Guaiaquil), ao posicionar Rafinha no meio onde pouco atuou em três anos, ao não fazer o óbvio, ao pardalizar o time, ao levar azar por perder Diego em séria lesão, ao não usufruir a vantagem de um homem a mais por 17 minutos, ao sofrer um segundo gol de bola ricocheteada, ao sofrer o primeiro pelas péssimas escolhas na lateral e na cabeça da área, ao ser infeliz em tudo que imaginou na linha no Equador.
Tudo numa só frase. Sem ponto final. Que ainda tem jogo e tem time para virar o placar antes do apito final do mesmo modo que os cricríticos não viraram a língua contra o novo treinador.
Mas não pode mesmo o português que acabou de chegar e mal teve tempo para treinar um time sem Everton Ribeiro, Arrascaeta e o caríssimo Vitinho ser cobrado como era detonado Abelão. Não pode expiar JJ todos os pecados como se fosse Zé Ricardo. Não pode ser responsabilizado pela escalação bizarra e pelas trocas infelizes como se fosse Barbieri. Não pode ser bombeiro como foi Dorival Júnior. Não pode ser só um cara experiente para aparar arestas como Carpegiani. Não pode ser um estrangeiro de passagem como Rueda. Não pode ter a saúde abalada como Muricy. Interino como Jayme. De saco cheio como Mano. Detonado até pela origem como Cristóvão. Sem tempo como Salles. Sem saco como a torcida na arquibancada e nas tribunas de imprensa e de Twitter.
A mesma paciência que esses não tiveram, com e sem razão, que agora se tenha com Jorge Jesus. A marreta que matou Abel não pode crucificar Jesus. Nem endeusar.
Ainda tem como. Mesmo sem tempo para treinar. Mesmo sem opção de meio por lesões caríssimas para elenco do mesmo valor que não tem preço.
Tem como. Mas vai ser outro sofrimento criado pelo Flamengo contra rival inferior. Porque também o Flamengo precisa entender que nem todos os rivais são inferiores. Ou nem sempre ele é tão superior.
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