Festa do Flamengo no BR-19
Eu estava esperando sair a seleção oficial do BR-19 para publicar a minha (já divulgada pelo Esporte Interativo). Motivo: eu estava mais parecendo o mentor-mor da Flapress que um jornalista supostamente isento (mais supostamente que isento).
Quando divulgada nesta segunda no Pier Mauá a relação dos vencedores na festa de encerramento do BR-19, respirei aliviado. Não que ela seja a última ou única palavra. Sempre vou preferir premiações como o Bola de Prata, que leva em consideração as notas a cada partida. Parece modo mais justo, ainda que também subjetivo.
Mas a seleção do campeonato só não tinha Diego Alves e Arão do Flamengo. Volante que está na minha lista. Até pela superação. E se tivesse também o goleiro, a escolha seria ótima. Como foi Santos. Como foi o meu Douglas. Como seria Tadeu. Weverton. Bons goleiros do melhor Brasileirão na década.
Mas deu a lógica. Como deu tudo Flamengo desde a Copa América. Na história desta premiação, começada em 2005, nunca houve como em 2019 jogadores de apenas dois times. Uma seleção inteira rubro-negra, com dois campeões pelo Athletico da Copa do Brasil (o goleiro e o excelente Bruno Guimarães, que quase ganhou meu voto), e nove campeões nacionais. Recorde absoluto, superando os sete palmeirenses da seleção de 2016.
Nove do Flamengo e mais Jorge Jesus. Confirmando a lógica que foi apenas quebrada duas vezes: quando em 2005 o vice fez o treinador da temporada (Muricy, do Inter), como em 2011 os treinadores do Vasco (Ricardo Gomes e Cristóvão) superaram o campeão corintiano Tite.
No mais, sempre o técnico campeão foi o treinador do ano. Como merecidamente foi Jorge Jesus, que tanto brilhou que quase pôde descartar pontos da campanha conquistados por Abelão e Marcelo Sales para mesmo assim conquistar o título.
Português que estava no fundão da festa no Rio. Não aplaudia nenhum premiado. Estava na dele. Até ser chamado para ganhar o seu prêmio das mãos de Zagallo, 88 anos, ponto alto da festa travada. JJ que só estava diferente do visual típico pela gravata preta. Parecia o mesmo do banco de um time que merece toda a festa. Faz festa. Mas com os pés no chão.
Nenhum atleta falava no Liverpool. Todos muito bem treinados e preparados falando primeiro da semifinal do Mundial. E não era da boca pra fora. Era mesmo um sentimento. No ar e fora dele.
Jorge Jesus também soube trabalhar esse feeling e essa noção. Baixa a bola do elenco – que da nação da torcida e das tribunas é impossível. E fez bacana ao chamar todos os funcionários do Flamengo presentes para erguerem o caneco campeão. Foi Jorge Jesus quem exigiu que todos os presentes enchessem o palco. Onde minutos depois o Skank faria mais um grande show. Como sempre.
Mais tocante ainda que a versão de "Resposta" pelas camisas retrô do Cruzeiro vestidas por Samuel Rosa e Henrique Portugal. A metade celeste da banda. Orgulhosa da história que aquelas estrelas jamais apagarão. Ciente do que foi mal feito e desfeito nesta e também no final da gestão anterior.
Fui até o Skank querido mas não vamos fugir, baby, da pauta: minha seleção seria Douglas; Rafinha, Rodrigo Caio, Léo Pereira (e também poderiam ser Gustavo Henrique ou Pablo Marí) e Filipe Luís; Arão (ou Bruno Guimarães ou Sánchez ou até Everton Ribeiro mais atrás…) e Gerson; Dudu, Arrascaeta e Bruno Henrique; Gabriel Barbosa.
Michael a revelação que não se discute.
Craque? Bruno Barbosa. Gabriel Henrique. Brunogol. Gabigol.
Qualquer um.
O mais encantador foi Gabriel.
Mas o mais completo foi Bruno Henrique.
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