Perdeu, mas jogando. Liverpool 1 x 0 Flamengo.
Firmino foi o Brasil em Doha – para a gigantesca torcida do arco-íris que não foi e não será Flamengo. Mas que adoraria torcer por esse time, ou melhor, esse futebol que encarou o hexacampeão europeu por 120 minutos. Não foi o melhor porque não é mesmo melhor que o Liverpool – o melhor time de 2019 no mundo.
O timaço histórico de Jorge Jesus fez sua melhor partida em tempos. Por isso suportou os 90 minutos iniciais e só caiu no golaço do melhor contragolpe do mundo. O melhor dos Reds é isso: ataca como poucos, contra-ataca como só ele, e perde-pressiona como ele fez escola.
O gol que Firmino fez aos 8 minutos da prorrogação ele poderia ter feito com menos de um minuto no Qatar, quando isolou a primeira bola que a ótima zaga carioca vacilou. Ele poderia ter feito no primeiro ataque perigoso na segunda etapa, quando deu lindo chapéu na área pra bater de canhota na trave de Diego Alves. Goleiraço que seria o melhor rubro-negro também pela defesaça no ângulo em jogada de Henderson, aos 40 do segundo tempo.
Naquele instante, parecia o duelo Gerrard x Rogério Ceni em 2005. Dava a impressão que a história de Gabriel Barbosa em Lima se repetiria como festa em Doha. Por mais que martelasse e mandasse no jogo o Liverpool, daria Flamengo. Time que jogou melhor que o próprio São Paulo contra um Liverpool que não era tão bom quanto este.
Mas não deu. No final, Lincoln teve a bola do empate e não foi feliz. Como Gabriel Barbosa teve três boas chances nos primeiros 15 minutos da segunda etapa e parou em Alisson. Como Jorge Jesus não foi feliz nas mexidas. Arrascaeta estava apagado, mas não era o caso de o trocar por Vitinho, aos 31. Diego não entrou tão bem no lugar de Everton Ribeiro que também não estava sendo o de sempre, aos 36. Lincoln por Gerson, 4 minutos depois do gol, se entende. Berrio por Arão faltando um minuto para o apito final, não.
Ainda assim foi uma boa partida rubro-negra contra um Liverpool que jogou a vera. Quis jogo. Quis mais o título que o próprio Flamengo. Em 7 minutos chegou três vezes até o campeão da América equilibrar a partir dos 20, trocando bola e segurando o facho inglês. Mas lance bom mesmo brasileiro na primeira etapa foi só uma arrancada do imparável Bruno Henrique travado por Joe Gómez. Ficou com a bola. Mas não criou muito.
Na segunda etapa, as duas ótimas chances do Liverpool foram respondidas por Gabigol, com duas oportunidades no mesmo minuto. O jogo voltava a ser igual. Também porque Wijnaldum (mais) e Fabinho (menos) faziam falta à equipe inglesa. Keita mantinha o pique de chegar à frente. Ox-Chamberlain, nem tanto.
Jogo que pedia o empate até Mané escapar livre e cair depois de finalizar na saída de Diego Alves. Lance que não parecia nada até parecer pênalti marcado pelo árbitro, aos 46 finais. Falta que acabou bem desmarcada pelo VAR. Não foi falta. E, se fosse, seria fora da área. Foi apenas um monstruoso desarme de Rafinha, um garoto tão bom e promissor quanto este Flamengo.
Time que foi longe. E irá ainda mais se mantido. Perdeu jogando bola para um time ainda melhor e mais rico. Mas caiu jogando bem. Jogando futebol.
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